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Cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia
Especialista alerta sobre as consequências do uso excessivo de dispositivos eletrônicos na qualidade do sono
Na próxima terça feira, dia 19 de março, é comemorado o Dia Mundial do Sono, data dedicada para destacar a importância do sono para a saúde e o bem-estar. Em meio a uma sociedade cada vez mais agitada e estressante, a insônia, doença caracterizada pela perda do sono frequente, é cada vez mais comum.
Dados coletados pela Associação Brasileira do Sono (ABS), mostram que em média 73 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios do sono, o que representa cerca de 46% da população.
Jéssica Rodrigues, neurologista do Hospital Semper, explica que as pessoas que utilizam telas não só como celular e tablets, mas também televisão ou computador, principalmente no quarto, possuem maior propensão para insônia ou avanço de fase de sono. “Isso acontece porque o estímulo luminoso emitido por estes aparelhos é captado pela nossa retina, através do feixe retino-hipotalâmico e é enviada uma informação de que está claro (ou seja, que devemos acordar) para o nosso “relógio biológico” no cérebro, representado pelo núcleo supraquiasmático, essa região do nosso cérebro é muito primitiva e não é capaz de diferenciar a luminosidade destes aparelhos da luz solar”, afirma.
Dentre os impactos da insônia no organismo, a médica ressalta que os indivíduos que sofrem com essa condição estão mais propensos a transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade. “O ganho de peso também é bem comum nesses casos, uma vez que a falta de qualidade do sono pode afetar na liberação hormonal de cortisol. Uma criança, por exemplo, poderá adquirir uma estatura menor do que o esperado quando adulta, devido ao transtorno influenciar na liberação do hormônio de crescimento”, destaca.
De acordo com a neurologista, além desses efeitos já mencionados, a falta de uma boa noite de sono e consequentemente de cortisol pode causar ao paciente alteração do humor, irritabilidade, desatenção e outros déficits cognitivos. “É durante o sono que as informações adquiridas ao longo do dia são consolidadas. É nesse momento que armazenamos aquilo que é relevante, logo, se não temos um sono de qualidade, nos tornaremos pessoas ‘mais esquecidas’ ”, explica.
A médica do Hospital Semper conclui dando dicas de para uma melhor higiene do sono. “Além de evitar o uso de telas, a prática de atividade física, alimentar-se de forma mais leve à noite, dormir em ambiente totalmente escuro e sem ruídos; evitar cafeína após o meio dia são medidas fundamentais para aqueles que desejam ter um sono de qualidade”, finaliza a profissional.
Foto: Larissa Oliveira
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