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Mostra Cine Brasil Teatro e Música reúne gigantes do samba: João Donato e Chucho Valdés em show inédito

Ícones da música mundial se apresentarão em turnê inédita com estreia em Belo Horizonte e passagem por São Paulo e Rio de Janeiro. Repertório destacará clássicos cubanos e brasileiros e revisitará grandes sucessos dos pianistas.

O Cine Theatro Brasil receberá, no próximo dia 25 de março, um encontro histórico para os fãs de jazz. Dois dos melhores pianistas do mundo, o brasileiro João Donato e o cubano Chucho Valdés, se encontrarão pela primeira vez nos palcos com o show “Conexão Brasil-Cuba”. Em turnê que passará por Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, os músicos que colecionam prêmios e sucessos em mais de 50 anos de carreira prometem um set list especial de grandes clássicos do jazz e algumas surpresas. O show integra aMostra Cine Brasil Teatro e Música, que teve início em 2014 com a proposta de promover o intercâmbio de grandes nomes nacionais e internacionais com artistas locais e contribuir para a formação de novos públicos.

 

Reconhecidos internacionalmente, ambos nutrem admiração mútua um pelo outro e pela música norte-americana, especialmente o jazz. Com muitas afinidades musicais, os trabalhos dos dois também sempre foram muito influenciados pela música que o país do outro produz: Donato, com sua sonoridade jazzística de tintas latinas é muito inspirado pela música de Cuba, país de Chucho. Este, por sua vez, já afirmou sua predileção pela música brasileira que, segundo ele, é “a mais rica do mundo”.

 

Os músicos se conheceram em 2008 quando João Donato fez uma visita a Chucho Valdés em sua residência em Havana. Chucho era o diretor musical do Festival Plaza Jazz, onde Donato fez 4 shows e conviveu com músicos cubanos, o que resultou no DVD “Nasci para Bailar - João Donato Havana-Rio”. Na ocasião os dois maestros só não se encontraram no palco por dificuldades técnicas.

 

Ao perceber que os amigos nunca tinham se apresentado juntos antes, Pedro Paulo Machado, produtor musical e ex-dono do lendário Mistura Fina, resolveu promover o encontro inédito e histórico das duas ‘feras’ num mesmo palco, para deleite dos fãs da boa música. Pedro Paulo, com sua longa experiência na realização de shows no Mistura Fina do Rio, levará o show “Conexão Brasil-Cuba” em turnê por três capitais: Belo Horizonte (25/03) no Cine Theatro Brasil Vallourec, São Paulo (26, 27, 28/03) no Sesc Belenzinho, e Rio de Janeiro (29/03) na sala Cecília Meireles (em duas sessões). 

 

Sobre o set list do show, os dois preparam uma mistura de seus repertórios com clássicos cubanos e brasileiros como “Bananeira” (Donato e Gilberto Gil); “Nasci para Bailar” (Donato e Paulo André Barata); “Emoriô” (Donato e Gilberto Gil); “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso); “Guantanamera” (poema de José Martí e musica Josito Fernandez); “Bésame mucho” (Consuelo Velásquez) e muitas mais!

 

Também serão incluídas músicas do pai de Chucho, o pianista Bebo Valdés, um dos maiores nomes da história da música cubana, e principal influência de ambos os músicos: “Bebo me ensinou tudo sobre a música cubana, sul-americana, o jazz e como trabalhar com a orquestra. A música cubana e a música do Brasil têm raízes muito próximas. Ritmicamente são fantásticas, e as harmonias são preciosas”, diz Chucho.

 

Para Donato, “o interesse (pela música cubana) começou desde pequeno quando comecei a ouvir música cubana, jazz cubano. E aí comecei a me inspirar no mestre Bebo Valdés para me aproximar desse estilo. Uma vez ouvi: ‘começas imitando um pouco aquilo que admiras no outro’. Então comecei imitando Bebo Valdés, pai de Chucho. A música cubana é a que mais me encanta no mundo, fora a brasileira. E no fundo de tudo isso está o jazz. Pode tocar samba, chachachá, guaracha, tango, o que for, mas tem que ter jazz, o espírito do jazz!”

 

E para acompanhar os dois pianistas no giro pelo país, foi escalada a competente banda que acompanha João Donato há vários anos - Robertinho Silva, na bateria, um dos artistas brasileiros mais significativos das últimas décadas, reconhecido por absolutamente todos os principais nomes da MPB; Luiz Alves, no baixo, que já tocou ou acompanhou nomes como Tom Jobim, Luiz Eça, Dori e Nana Caymmi, Gal Costa, Sivuca, Chico Buarque, Elis Regina e Milton Nascimento; Ricardo Pontes, no sax e na flauta, que atuou, ao longo de sua carreira, em shows e gravações com nomes como Carlos Lyra, Edu Lobo, Gonzaguinha, João Donato, Maysa, Johnny Alf, Simone, Nana Caymmi, Ivan Lins e outros; e Frank Colon, na percussão, americano criado em Porto Rico, e que já trabalhou com Walter Booker, Chet Baker, Gato Barbieri, MPB4, Wagner Tiso, Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco, Chico Buarque, César Camargo Mariano, Ney Matogrosso e, atualmente, João Donato.

 

João Donato

Nascido em 17 de agosto de 1934, num dos antigos territórios da federação brasileira, o Acre, João Donato de Oliveira Neto sempre teve seu relógio adiantado: ele chegou aos EUA antes da bossa nova e rapidamente se enturmou com músicos latinos e americanos.

 

Em 62 anos de carreira, Donato compôs e foi interpretado por uma lista que vai de A a Z. A transversalidade da obra de João Donato atravessa estilos e gerações. Vai de João Gilberto, Sérgio Mendes e Tom Jobim, passando por Cazuza, Carlinhos Brown, Paulo Moura, Nelson Motta, Chico Buarque, Fernanda Takai, Marcelo D2, Caetano Veloso, Black Eyed Peas, Gal Costa, e Gilberto Gil. É raro um nome de peso da música brasileira que não tenha sido abduzido pelas melodias de João Donato.

 

Seu estilo é único e indecifrável. Sua simplicidade espanta e seduz. Como num eterno retorno, a música tão avançada de Donato está sempre de volta para o futuro, como se viu na entrega do Grammy Latino 2010, em que Donato recebeu o prêmio de “Melhor Álbum de Jazz Latino” pelo CD SAMBOLERO, e a estatueta pela “Excelência Musical”, o Lifetime Achievement Award.

 

Hoje, com 80 anos de idade e mais de 60 de carreira, Donato é um dos músicos mais respeitados e queridos do país, acumulando diversos prêmios, homenagens e tributos aqui e lá fora. 

 

Chucho Valdés

“Um pianista de força imperial, possuído por um deslumbrante virtuosismo enganosamente despreocupado.” (The New York Times) Chucho Valdés é indiscutivelmente a figura mais influente do moderno jazz afro-cubano, com uma trajetória coroada por cinco Prêmios Grammy e três Grammy Latinos. Pianista, compositor e arranjador, ele é um dos maiores pianistas e líderes de banda cubanos. Ao longo de sua carreira, trabalhou com os maiores nomes do cenário jazzístico mundial.

 

Conhecido por sua eletrizante presença cênica e por uma técnica soberba, Chucho tornou-se a figura mais influente da corrente musical conhecida como moderno jazz afro-cubano. Para dar forma e expressão à sua arte criou a Afro-Cuban Messengers, banda com a qual rodou o mundo e gravou uma extensa lista de CDs, sendo o último deles Border-Free, lançado em março de 2013.

 

Em sua vitoriosa carreira, Valdés se apresentou nos mais diversos ambientes, indo do quadro intimista dos principais clubes de jazz dos Estados Unidos ao imenso Carnegie Hall de Nova York.

 

Foto: Frank Steward

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