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Filarmônica de Minas Gerais apresenta obras de Mozart e Wagner com participação do pianista Eduardo Monteiro
A Filarmônica de Minas Gerais convida o público a viajar das profundezas do Reno ao cumo do Valhala, em meio a fortes emoções de O Anel sem palavras, versão sinfônica do maestro Lorin Maazelpara a tetralogia O Anel do Nibelungo, de Wagner, pela primeira vez executada em Belo Horizonte. Sob regência do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra recebe o pianista Eduardo Monteiro para a interpretação do Concerto para piano nº 19, de Mozart, dotado de perfeição formal clássica e de expressiva riqueza melódica. As apresentações, pelas séries Presto e Veloce, acontecem nos dias 12 e 13 de março, às 20h30, na Sala Minas Gerais.
Os concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais e contam com o patrocínio da Petronas por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O pianista Eduardo Monteiro
Considerado um dos maiores expoentes do cenário pianístico brasileiro, o carioca Eduardo Monteiro teve seu talento reconhecido internacionalmente desde jovem. Em 1989 recebeu, por unanimidade, o 1º lugar no Concurso Internacional de Piano de Colônia, Alemanha, além do prêmio de melhor intérprete de Beethoven. Foi laureado, também, nos concursos de Dublin, em 1991, e Santander, em 1992. Foi solista das principais orquestras do Brasil e de renomadas orquestras do exterior. Seu abrangente repertório é marcado por um refinado critério de escolha e especial interesse pela música brasileira, cujas interpretações são consideradas referência por seu grau de excelência. Em sua discografia destaca-se o CD Piano Music of Brazil, gravado pelo selo inglês Meridian Records e lançado em recital no Wigmore Hall de Londres.
Sua sólida formação foi adquirida em diferentes países. No Brasil concluiu Bacharelado e Mestrado na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro; na França obteve o título de Doutor em Musicologia pela Universidade de Paris IV – Sorbonne e aperfeiçoou-se com o pianista Dominique Merlet; na Itália foi um dos cinco pianistas selecionados no mundo pela Fondazione Internazionale per il Pianoforte para trabalhar sob a orientação de músicos como Alexis Weissemberg, Leon Fleisher, Dmitri Bashkirov, Fou Ts’ong, Karl-Ulrich Schnabel, Rosalyn Turek e Charles Rosen; nos Estados Unidos, obteve o Artist Diploma do New England Conservatory of Music de Boston, na classe de Wha-Kyung Byun.
O maestro Fabio Mechetti
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho recebeu o Prêmio Carlos Gomes/2009 como Melhor Regente brasileiro. Recentemente, tornou-se o primeiro brasileiro a ser convidado a dirigir uma orquestra asiática, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Residente da Sinfônica de San Diego, Titular das sinfônicas de Syracuse, Spokane e Jacksonville, sendo agora, Regente Emérito destas últimas duas. Na Sinfônica Nacional de Washington foi regente associado de Mstislav Rostropovich. Estreou no Carnegie Hall conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Nos Estados Unidos dirigiu inúmeras orquestras e é convidado frequente de importantes festivais.
Realizou diversos concertos no México, Peru e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Na Europa regeu a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia e a Orquestra da Radio e TV da Espanha. Dirigiu também a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. No Brasil, regeu a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. Mechetti possui mestrados em Composição e Regência pela Juilliard School de Nova York.
O Repertório
A Filarmônica de Minas Gerais dá início às apresentações com o Concerto para piano nº 19 em Fá maior, de Wolfgand Amadeus Mozart (Áustria, 1756-1791). Aos vinte e cinco anos, em plena maturidade artística, Mozart deixou o serviço de Konzertmeister do Arcebispado de Salzburg, sua cidade natal, e mudou-se para Viena, cidade que viria a proporcionar o período mais alegre para o compositor. Foi lá que, em 1784, o ano conhecido como o ano do piano, Mozart compôs seis concertos para piano, dos quais o último é o Concerto para piano nº 19 em Fá maior, K. 459.
A obra, provavelmente, foi estreada em 1785 durante uma série de concertos por assinatura que Mozart realizou no Mehlgrube, um luxuoso cassino em Viena. No entanto, não subsistem registros desse fato. Oficialmente, o Concerto para piano nº 19 foi executado em 1790, em Frankfurt, durante as comemorações da coroação de Leopoldo II como Imperador da Áustria. Dos vinte e sete concertos para piano de Mozart, este é o único que não possui andamento lento – adagio, andante ou larghetto – em seu movimento central.
Para encerrar o concerto, a Orquestra apresenta O Anel sem Palavras, versão sinfônica feita pelo maestro Lorin Maazel (França, 1930 – Estados Unidos, 2014) de O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883). Em 1987, a pedido da Telarc Records, Lorin Maazel seleciona aqueles que seriam, em sua opinião, os melhores momentos da obra de Wagner. Mais do que uma seleção das mais belas e marcantes passagens do famoso ciclo de óperas, Maazel condensou as dezessete horas do mais laborioso trabalho de Wagner em uma suíte orquestral de 75 minutos.
No período em que passou em Dresden, Wagner dedicou-se à literatura grega, o que o inspirou profundamente em suas obras. Em 4 de outubro de 1848, Wagner esboça o primeiro rascunho de OAnel do Nibelungo, à época ainda sob o título de A morte de Siegfried. Vinte e seis anos de elaboração, experimentação, estudos e anotações seguem-se até que Wagner possa finalizar, em 1874, as quatro óperas, que são estreadas, como ciclo, apenas nos dias 13, 14, 16 e 17 de agosto de 1876, no Festival de Bayreuth, regidas por Hans Richter. Em O Anel sem Palavras, Maazel articula os mais dramáticos, bem como os mais apaixonados momentos do ciclo, numa tentativa feliz de sintetizar o que não pode ser sintetizado, assim como faz Wagner, ou qualquer outro, que se disponha a falar de amor.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Hoje em sua sede própria, a Sala Minas Gerais, a Orquestra Filarmônica foi criada em 2008, com o intuito de inserir Minas nos circuitos nacional e internacional da música orquestral. Formada por 90 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas e Oceania e sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra rapidamente alcançou reconhecimento do público e da crítica especializada. Administrada pelo Instituto Cultural Filarmônica, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Filarmônica pauta seu trabalho pela excelência artística e vigorosa programação.
Em 2015 serão 90 concertos, dos quais 57 contam com nomes do cenário mundial como Martin Grubinger, Liza Ferschtman, Leo Gandelman, Elissa Lee Koljonen. Voltam a se apresentar com a Filarmônica, Augustin Hadelich, Lilya Zilberstein, Pascal Rogé, Daniel Binelli e Daniel Müller-Schott, além dos brasileiros Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Antonio Meneses, Paulo Szot e Cristina Ortiz. Neste ano serão celebrados os cento e cinquenta anos de nascimento de Sibelius, Dukas e Nielsen e o centenário da morte de Scriabin.
Iniciando seu oitavo ano de vida, a Filarmônica já conta com mais de 500 concertos para um público total de quase 600 mil pessoas, das quais 48,9% participaram gratuitamente, além da criação de 36 mil oportunidades de trabalho indireto. Dentre suas ações de democratização do acesso foram realizadas 69 Turnês Estaduais, alcançando um público de 149.304 pessoas. Os concertos Clássicos na Praça, por sua vez, mobilizaram 82.737 pessoas em 26 apresentações. Mais de 60 mil estudantes e trabalhadores tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre obras orquestrais, contexto histórico musical e os instrumentos de uma orquestra, participando de concertos destinados à educação e formação de público. Em sua primeira turnê internacional, realizada em 2012, a Filarmônica tocou para 6.658 pessoas em apresentações nos míticos teatros Solís, de Montevideo (Uruguai), Colón, de Buenos Aires, além dos teatros de Rosário e Córdoba, na Argentina. Como ações de estímulo à música, a Filarmônica promove o Festival Tinta Fresca, destinado a compositores de todo o país, e o Laboratório de Regência, atividade pioneira no Brasil, que abre oportunidade para jovens regentes brasileiros.
Ainda este ano, o público terá a oportunidade de conhecer a trilha sonora criada pelo músico Marco Antônio Guimarães (Uakti) e gravada pela Filarmônica para o novo espetáculo do Grupo Corpo. Outra parceria com um grupo mineiro de excelência foi o conto musical Pedro e o Lobo, de Sergei Prokofiev, realizado em 2014 com o Giramundo Teatro de Bonecos. A partir de 2013, a Filarmônica passou a gravar comercialmente. Em seu primeiro CD, a Nona Sinfonia de Schubert. Com o selo Naxos, três discos com obras de Villa-Lobos.
Sua constante preocupação com a qualidade foi reconhecida por importantes premiações: em 2012 recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra brasileira; em 2010 foi eleita como melhor grupo musical erudito do ano pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA); e seu diretor artístico e regente titular, maestro Fabio Mechetti, recebeu o Prêmio Carlos Gomes em 2009 como melhor regente brasileiro.
Foto:Alan Júlio
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