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Unir a paixão pelos animais e também, como boa mineira, por um cafezinho de qualidade. Esta foi a inspiração de Catarina Hauck, jovem de 16 anos que acaba de inaugurar na Savassi, em Belo Horizonte, o PetCafé, o primeiro de Minas Gerais com o conceito de um restaurante, que também permite que os clientes interajam com cachorros e gatos. O mercado é promissor, números apontam que o Brasil é o terceiro país com mais pets no mundo, contando com mais de 149,6 milhões de animais de estimação segundo o censo de 2021 do Instituto Pet Brasil, mercado esse que fatura mais de R$ 59 bilhões ao ano, com crescimento constante. Os cafés, por sua vez, têm o segundo maior número de consumidores do mundo (cerca de 97% dos brasileiros) e movimentam outros R$ 27 bilhões anualmente.

A ideia surgiu, na verdade, quando a jovem empresária tinha apenas 12 anos. Em uma viagem ao Canadá, ela conheceu um "Cat Café", cafeteria "to go" que tinha um espaço de interação com gatos. Foi paixão à primeira vista e a adolescente ficou horas por ali. Na volta das férias, ela comentou com a família que seria incrível ter algo do tipo no Brasil. A ideia ficou guardada até o início de 2023, quando a oportunidade de transformar sua festa em um negócio fez ressurgir o projeto. "A festa era um grande sonho como de toda menina de 15 anos, mas venho de uma família de empreendedores e, desde pequena, vivo esse universo. Então, conversando com os meus pais optei por deixar de lado um sonho que duraria apenas uma noite para investir em algo que vai perdurar. Eles me ajudaram com o investimento inicial - correspondente ao que gastariam com a festa - para dar o pontapé no meu próprio negócio e, desde o início, me incentivaram a fazer a gestão com minhas próprias mãos”, relata a empreendedora.

O projeto começou com uma grande pesquisa de mercado para desenvolver melhor o conceito, modelo e plano de negócios. Era preciso adaptar o formato dos "cat cafés" - consagrado no exterior - para o público brasileiro. Uma pesquisa do IBGE de 2019 aponta que quase metade das residências brasileiras têm pelo menos um cachorro, já o percentual de gatos chega próximo a 20%. "Por conta dessa preferência pelos cães, pensei em uma maneira de incluí-los no PetCafé, fazendo uma junção com os felinos, em um formato que não encontrei em outro lugar. Nós criamos um playground para os clientes levarem seus cachorros de pequeno porte para brincar - com direito a escorregador e piscina de bolinhas - e uma outra sala reservada exclusivamente para os gatos, que vivem lá, de fato, enquanto aguardam uma visita para interagirem com os humanos, e até mesmo uma possível adoção. A ideia é criar um negócio de resultado e de impacto. Estou confiante de que promoveremos muitas adoções através da experiência vivida no Petcafé”, aponta Catarina. Já o salão e a varanda do café são pet friendly e comportam animais de diversos portes, na companhia de seus tutores.

Apesar do conceito bem embasado, a jornada empreendedora foi desafiadora, com prazos evaporando, a verba acabando antes do previsto, dificuldades nos recursos humanos e até uma reviravolta na legislação. Para superar os imprevistos, Catarina montou um time interno “forte e aguerrido” e, buscou ajuda de mentores. "Recebi conselhos, tive a oportunidade de vivenciar o negócio nas empresas de pessoas mais experientes que eu para aprender na prática. Estou aprendendo muito, passei por momentos difíceis e sei que outros ainda virão, mas quando vejo As pessoas interagindo com os bichos, os gatinhos sendo adotados e as pessoas dizendo que eu criei uma coisa única, eu sinto que estou no caminho certo. salienta ela, que também conta com a capacitação em empreendedorismo da escola do Sebrae.

COMUNIDADES

Em pouco mais de um mês de funcionamento, Catarina já se surpreende pelo grande fluxo de clientes, especialmente nos fins de semana. "É tempo de colocar a casa em ordem, afinar as equipes do salão e da cozinha, entender o fluxo e o gosto dos clientes, e aprimorar sempre nossa operação. Mas já afirmo que é muito gratificante perceber a comunidade que estamos criando. As pessoas que vem ao nosso café não ficam isoladas em suas mesas, elas interagem, os animais acabam unindo as famílias e os frequentadores. É essa a proposta de valor que eu acredito", explica a jovem empresária.

Além das atrações voltadas aos animais, o PetCafé oferece uma gastronomia de qualidade, assinada pelo chef consultor Renan Bastos, em um menu eclético que vai do café da manhã e brunch, passando por lanches e almoço, até opções para curtir o happy hour. Para manter a casa em ordem, a chef e confeiteira Elisangela Souza fica à frente da operação. Já a carta de drinks, foi assinada por Leo Gomes premiado mixologista, sommelier especialista em cachaças. Em um verdadeiro espaço de experiência, a casa possui uma identidade visual icônica, cheia de cantos instagramáveis inspirados no amor pelos bichos. A referência estética também aparece nas apresentações dos pratos, que ganham detalhes que remetem ao universo pet. "O PetCafé foi criado pra ir muito além de matar a fome. É para viver um momento de pausa e, quem sabe, até adotar um novo integrante para a família”, finaliza Catarina Hauck.

SERVIÇO: PetCafé
Endereço: Rua Sergipe, 1187, na Savassi,
Funcionamento: Terça a domingo, 9h às 19h
Instagram: @petcafebh

Foto: Virginia Lima