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Festival Vai Tomando Sabotage ocupa Serraria Souza Pinto com música, artes visuais, dança e performances em homenagem ao rapper Sabotage

MCs, DJs, apresentações de dança, skate, performances, exibições cinematográficas, graffite, vídeo mapping e artes plásticas e visuais estarão reunidas na Serraria Souza Pinto, no próximo dia 18 de março, durante a realização do festival Vai Tomando Sabotage. A proposta é reunir todas as manifestações e linguagens da cultura hip hop em um só lugar. Considerado um dos maiores nomes da história do rap nacional, MC Sabotage, falecido em 2003, será o homenageado desta primeira edição do evento, que contará com músicas de um álbum inédito do rapper executadas pela Família Sabotage e a exibição do documentário Sabotage: Maestro do Canão. Os ingressos já estão à venda no site Central dos Eventos e em diversos pontos físicos da capital(vide relação no serviço).

Com apenas um disco lançado em vida, Rap é compromisso!, de 2001, Sabotage é um dos mais emblemáticos nomes do rap brasileiro, influenciando toda uma geração de músicos. Realizou parcerias com artistas como Racionais MC’s, Rappin' Hood, BNegão e RZO. No cinema, atuou nos filmes Carandiru e O Invasor, de Hector Babenco e Beto Brant, respectivamente. “Sabotage e? considerado uma das maiores influe?ncias do rap brasileiro. A forc?a de seu trabalho alcanc?ou grande visibilidade no Brasil e no mundo”, destacam os organizadores do Vai Tomando Sabotage, Ana Carolina Andrade, Daniel Pettersen e Pedro Quintero.

Uma das mais relevantes cenas do rap e do hip hop brasileiro, Belo Horizonte ganha força no cenário nacional, com importantes ações, nomes e eventos ligados ao movimento, sendo nacionalmente reconhecida a expressão e a resistência do Duelo de MCs de BH, um dos principais duelos realizados no Brasil, que ocupa semanalmente, há oito anos, a parte debaixo do Viaduto Santa Tereza. A Serraria Souza Pinto, vizinha do viaduto, receberá o Vai Tomando Sabotage, que contará com destaques da cena rapper local, além do Coletivo Família de Rua, responsável pelo Duelo de MCs.

Lugar de luta política, o rap tem se tornado cada vez mais um lugar especial para a expressão feminina. As mulheres ocupam lugares antes restritos aos homens, trazendo novas questões, discutindo o machismo e as relações de poder. Três rappers mineiras subirão ao palco do festival:Bárbara Sweet, Sarah Guedes e Zaika, mostrando a força da rima escrita e cantada por mulheres da cena belo-horizontina. A mineira Clara Lima também se apresenta no evento, integrando a D.V. Tribo. Clara é a campeã mineira da última edição do Duelo de MCs, sendo a primeira mulher a representar Minas Gerais na grande final do Duelo de MCs Nacional.

Entre os destaques do Vai Tomando Sabotage estão: a Família Sabotage, composta pelos filhos do rapper, Sabotinha e Tamires, que, 10 anos após a morte do pai, se reuniram para seguir homenageando sua obra; o paulista Sombra (SNJ) receberá os rappers paulistas Sandrão, do RZO, em seu show; outro nome do RZO que participa do festival é o DJ Cia, que prepara uma discotecagem especial para a ocasião; já os MCs Fabricio Fbc, Hot Apocalypse, Clara Lima, Djonga e Oreia, juntos ao beatmaker Coyote Beatz, conhecidos da cena mineira, lançam-se como um grupo, o D.V. Tribo, no festival.

O público contará com outros relevantes nomes do rap mineiro, como o Matéria Prima e DJ Abu, que preparam uma apresentação conjunta. A Comunidade do Soul, que busca divulgar e registrar e cultura black de Belo Horizonte, realizará intervenções de dança e música entre as apresentações. O Lá da Favelinha, iniciativa independente e auto-gerida por moradores do Aglomerado da Serra, também marca presença, com apresentações de rap e dança dos alunos, além do coletivo Nação Hip Hop. 

O cinema e as artes visuais tem lugar de destaque no Vai Tomando Sabotage. O documentárioSabotage: Maestro do Canão, de Ivan Vale Ferreira, terá exibição especial. Já o Homem Gaiolarealizará uma intervenção em vídeo mapping - técnica de projeção de vídeos em objetos e superfícies irregulares. Adriano Paulino, especialista em stencil, fará a sinalização do festival. Já os artistasComum e Lucas Pederneiras farão intervenções de artes visuais e plásticas durante o festival. Além disso, o Vai Tomando Sabotage terá graffite ao vivo, com a curadoria do coletivo Família de Rua, que também irá organizar um campeonato de manobras de skate. 

Reunindo todo um universo ligado ao rap nacional, o Vai Tomando Sabotage permitirá ao publico o acesso a nomes que são referências na cena local e nacional, abrindo também espaço para jovens artistas. “Nosso objetivo é proporcionar um espac?o para a circulac?a?o e consumo da produc?a?o cultural independente de cultura black, atrave?s da conexa?o entre novos produtores de mu?sica, danc?a e artes visuais auto?nomos e bandas ja? consagradas no cena?rio nacional”, conclui Ana Carolina Andrade, uma das organizadoras do festival juntamente com Pedro Quintero e Daniel Pettersen.

Sabotage

Mais conhecido pelo seu nome artístico Sabotage, foi um compositor, cantor e ator brasileiro. Mauro Mateus dos Santos, nasceu na Zona Sul de São Paulo, onde, depois de ter sido assaltante e gerente de tráfico, encontrou a saída no rap, entrando na música e percebendo o seu verdadeiro dom. A origem do apelido Sabotage deu-se por estar sempre conseguindo burlar as leis com tremendo êxito, entrando em bailes, festas e boates sem permissão, e saindo ileso de inúmeras confusões. Considerado uma lenda na Zona Sul, inspirou vários rappers, como Rhossi, Pavilhão 9, além de ter preparado Paulo Miklos - com quem escreveu até uma música - para interpretar um digno malandro no filme "O Invasor", de Beto Brant. Também integrou o elenco de dois filmes, o já citado "O Invasor", e o premiado "Carandiru", além de ter recebido vários prêmios, como personalidade, revelação e outros no Hútuz, o grande festival de premiação de rap do Brasil. Sabotage fez um único disco solo O Rap é Compromisso!, e participou de vários CDs com o RZO, SP Funk e outros.. Morreu assassino com 4 tiros em 24 de janeiro de 2003. Vale ressaltar que Sabotage era o próprio compositor e cantor de suas músicas. Para muitos, Sabotage é uma rica expressão da constante luta que o pobre enfrenta diariamente para viver dignamente e isso fez com que vários outros artistas usassem suas obras como samples, colagens e scratches de seus trabalhos. Atualmente os filhos, Sabotinha e Tamires desenvolvem o projeto #SabotageVive que inclui filme, livros e documentários, além do disco inédito e de uma linha de roupas.  

 Foto: Coletivo Fami?lia de Rua

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