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O Carnaval de Belo Horizonte vem, ao longo dos anos, se tornando um dos principais do Brasil. Além de uma exaltação da arte e da cultura popular, a festa na capital mineira é um grande incremento na economia da cidade. O Governo de Minas Gerais, com investimento recorde de 60 milhões de reais em todo o estado, prevê movimentação de mais de 3 bilhões na economia. Em BH, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a gestão estadual preparou uma programação que acontece na Via das Artes (Avenidas Amazonas, Brasil e dos Andradas), no Atrium da Liberdade (Praça da Liberdade) e no Palácio do Samba (Palácio da Liberdade), além de outros pontos da capital, reunindo multidões diariamente. No total, a previsão é de que 1 bilhão de reais sejam injetados na economia de Belo Horizonte, que deve atrair 6 milhões de foliões ao longo da festa, vindos da própria cidade e de outras partes do estado, do Brasil e do mundo.

A grande presença de turistas é algo destacado pela vendedora Maria Auxiliadora Silva, que escolheu a Avenida Brasil para vender bebidas durante a festa: “sou ambulante desde 2017. Tenho outra profissão, mas complemento minha renda com as vendas na rua. Neste ano o movimento está muito bom, melhor do que no ano passado. Tem muitos turistas, gente da Espanha, França, Holanda… Pessoas do interior de Minas também, e de outros estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná. E as pessoas que vêm de fora chegam ansiosas para conhecer o que de específico tem aqui em Minas, então isso é muito positivo para nós vendedores”. Segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio - MG) divulgado antes do Carnaval, 63% dos foliões ouvidos responderam que iriam comprar de vendedores ambulantes. De acordo com a mesma pesquisa, cerca de 41% dos foliões ouvidos estimavam gastar entre 400 e mil reais durante os dias de festa. Rogério Magalhães, ambulante há dois anos, identifica uma melhoria nas vendas neste Carnaval, quando comparado ao do ano passado, e ressalta a importância, tanto econômica quanto cultural, da festa para a população belo-horizontina: “o Carnaval é fundamental para a cidade por trazer gente de fora, de vários lugares... É a nossa cultura, que está no nosso sangue. Então essa diversidade de pessoas aqui é o melhor da festa”, opina. 

Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, reforça que o Carnaval de Belo Horizonte se consolidou como um dos maiores do Brasil, movimentando a economia e beneficiando milhares de trabalhadores, desde ambulantes até o setor de hotelaria e transporte. Entre os principais números até a segunda-feira (3/3) está o de 100% de ocupação hoteleira na região Centro-Sul, recorde histórico: “a festa não é apenas um momento de celebração, mas um motor de geração de renda e oportunidades. O estado tem cumprido seu papel como indutor desse crescimento, investindo na infraestrutura, na segurança e na organização para garantir que esse impacto positivo continue e se amplie. Nosso compromisso é consolidar Minas Gerais como referência nacional em eventos culturais que fortalecem a economia e a identidade do povo mineiro”.

Trabalhando na Avenida Amazonas desde o início da folia, a ambulante Andréia Lopes elogia a organização da festa, algo essencial para os trabalhadores, e aponta a relevância econômica do Carnaval para as pessoas que estão fora do mercado de trabalho formal: “o Carnaval esse ano para mim foi muito importante e está impactando enormemente na minha renda, porque estou desempregada. Estou aqui pela primeira vez, mas percebi que está sendo um mercado muito bom para nós que estamos vendendo, com muita organização e segurança e, principalmente, um grande fluxo de pessoas”, destaca. O presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, exalta a centralidade da festa popular dentro do calendário anual de eventos da cidade e do estado. “O Carnaval tem a capacidade de movimentar todas as escalas da economia da criatividade com impacto positivo para todos. Ao final da festa fica a lembrança de momentos inesquecíveis e dos vários valores agregados à nossa economia”, enaltece.

Foto: Secult MG