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O longa-metragem “My Name is Now, Elza Soares” da cineasta e jornalista brasileira Elizabete Martins Campos será exibido nos dias 10, 11 e 12 de março, como estreia na América na competitiva oficial da categoria documentário ibero-americano do Festival Internacional de Cine en Guadalajara (FICG30), considerado o encontro cinematográfico mais  importante da América Latina. O filme concorreu com mais de 1.500 (mil e quinhentos) obras inscritas.

A seleção de “My Name is Now” para o FICG30 chega em um momento especial em que o cinema da América Latina sai fortalecido do Oscar 2015 com o mexicano, Alejandro González Iñárritu,  como o grande vencedor com “Birdman ou (A inesperada virtude da ignorância)”.

O cinema latinoamericano, em pleno desenvolvimento qualitativo e quantitativo nesta última década, ganha um novo impulso este ano com a chegada de novas produções, dentre as quais destaca-se o instigante documentário musical “My Name is Now”, que teve sua primeira apresentação pública na competitiva Première Brasil, do Festival Internacional do Rio, em  2014, indicado aos prêmios de melhor filme, direção, roteiro e fotografia.

Trata-se, portanto, de uma peça cinematográfica que nasce no seio de grandes expectativas e parece destinada a se tornar um singular sucesso, em virtude de seu provocativo e comovente conteúdo sociocultural, apresentado de forma crua e nua, mas sem perder a leveza, graças a conjunção harmoniosa da crítica social e de elementos estéticos.

“My Name is Now” é inequivocamente um filme sui generis que, mediado por músicas e falas lúcidas e vibrantes da multifacetada artista popular brasileira Elza Soares, descreve, sem tabus, a difícil e heroica trajetória de tanta gente de origem social desfavorecida e modesta que foi capaz de conquistar, a custa de muita luta e tenacidade, o reconhecimento do público e uma sólida identidade subjetiva e coletiva, apesar das adversidades e do preconceito.

Permeada de belas sequências artísticas e falas concisas, a narrativa do longa, expressa, com franqueza e virtuosidade estética, a corajosa saga existencial, de uma mulher negra, pobre, discriminada, excluída, mas aguerrida e persistente, que, transcendendo o tempo, as crises, as vicissitudes, as mágoas, as frustrações e os desafios-, elementos constitutivos de sua história, tornar-se uma cidadã cônscia, ativa, virtuosa e impelida pela esperança de viver um novo tempo e num novo espaço ancorados na solidariedade, na alegria e na beleza.

Nessa perspectiva, o título da obra, “My Name is Now”, condensa, pois, a concepção ética de que, a vida em sociedade, tensionada por constantes conflitos e contradições, flutuando entre o todo e o nada, engendra uma síntese existencial alicerçada no “aqui e agora”, no potencial humano de transformar coletivamente o mundo e a convivência numa experiência orientada pelo bem, pelo belo e pelo justo, na fruição plena da poesia, da música, da dança...

Cabe, pois, reconhecer o inspirador e consistente trabalho da diretora do filme, Elizabete Martins Campos, e de sua equipe, por oferecer ao público latinoamericano e global tão esplêndida produção cinematográfica, num momento histórico propício à reflexão e ao debate sobre temas sociais e direitos humanos, na expectativa de que “My Name is Now” conquiste o destaque que merece na sétima arte.

Além de “My Name is Now, Elza Soares” foram selecionados para o festival na categoria ficção ibero-americano o longa-metragem “O outro lado do Paraiso, 2014, de André Ristum e os curtas-metragens “Castillo e Armados”, 2014 de Pedro Harres, “No Devagar depressa rebote, 2014, de Eliza Capai e “Viagem na Chuva”, 2014 de Wesley Rodrigues.

Este ano a Itália é o convidada de honra do Festival de Guadalajara com  retrospectiva Bernardo Bertolucci, mostra Panorama do cinema italiano, cinema italiano documental, entre outros.

Além disto, os diferentes eventos de mercado do FICG merecem destaque pela importância que tem na indústria cinematográfica mundial.