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Exposição ao sol sem proteção aumenta o risco de tumores nas pálpebras
Oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais orienta sobre prevenção e tratamento
Apesar de ser uma das partes do corpo mais suscetíveis aos efeitos dos raios UV, a pálpebra é uma das áreas mais negligenciadas durante a aplicação do filtro solar. “Para evitar que o produto caia nos olhos, é importante escolher um filtro solar desenvolvido especificamente para o rosto ou área dos olhos, à prova d'água e de textura leve e hidratante, com fator de proteção (FPS) acima de 30. A falta de proteção solar nas pálpebras pode levar ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento do câncer de pele”, orienta a Dra. Thaís Batisteli, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO), os tumores palpebrais mais frequentes são o carcinoma basocelular, responsável por cerca de 80% das lesões malignas na região. “Ele surge como uma pequena lesão elevada, que aumenta lentamente e não cicatriza, podendo haver descamação da pele e sangramento em alguns casos. Por isso, qualquer lesão nova que demore a cicatrizar deve ser analisada por um médico”, explica a oftalmologista.
Seguido do carcinoma basocelular, vem o carcinoma espinocelular (CEC), também conhecido como carcinoma de células escamosas e carcinoma epidermóide, que representa em torno de 10% das neoplasias da pálpebra. “Esse tipo de câncer tem evolução rápida, podendo se espalhar para outras partes do corpo. O tumor se assemelha a verrugas ou feridas que não cicatrizam, com coloração vermelha ou rosada. Sua superfície pode apresentar crostas ou escamas, podendo haver sangramento ou secreção amarelada ou purulenta”, informa a Dra. Thaís Batisteli.
A oftalmologista frisa que ambos os tipos de câncer podem ser diagnosticados precocemente por meio de exame clínico e biópsia, quando indicada. “A remoção cirúrgica é o tratamento principal na maioria dos casos e pode ser associada à radioterapia, a depender do tipo e da localização da lesão”, afirma.
Entre os tumores raros nas pálpebras, segundo a oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, o melanoma se origina nas células pigmentadas (melanócitos), se desenvolve de forma rápida e pode atingir as estruturas ao redor dos olhos. “Para identificar uma pinta suspeita de melanoma, o paciente pode usar a regra ABCDE: A) Assimetria: uma metade da lesão é diferente da outra; B) Bordas irregulares: os contornos da mancha são irregulares ou mal definidos; C) Cor variável: a lesão apresenta mais de uma cor ou tonalidade; D) Diâmetro: lesões que medem mais de 6 mm; E) Evolução: mudança de forma, tamanho, cor, textura ou sintomas ao longo do tempo. Ao observar uma lesão nova ou que apresente qualquer um desses sinais, procure uma avaliação médica, já que o melanoma pode ser agressivo e de difícil tratamento se o diagnóstico for tardio”, alerta.
O tratamento de neoplasias raras requer uma abordagem multidisciplinar, que inclua dermatologistas, oftalmologistas, cirurgiões e oncologistas, e dependerá do estadiamento da doença. “A equipe definirá um protocolo individualizado que poderá ser uma combinação de ressecção do tumor, cirurgia reconstrutiva, radioterapia, quimioterapia e, para estágios avançados ou metástase, poderá ser avaliado o emprego de imunoterapia. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores serão as chances de cura. É muito importante manter consultas regulares com o oftalmologista e procurá-lo se perceber qualquer alteração na pálpebra, como nódulos, manchas, inchaço ou mudança na aparência”, finaliza a Dra. Thaís Batisteli.
Foto: Gustavo Ribeiro
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