Notícias
Teatro em Movimento abre repertório 2016 com “Rei Lear”, com Juca de Oliveira
Sozinho no palco, o ator interpreta seis personagens da tragédia, nesta versão criada por Geraldo Carneiro, especialmente para ele. Com direção de Elias Andreato, esta é a primeira vez que "Rei Lear" é encenado como espetáculo solo. De 11 a 13 de março no
O Teatro em Movimento e o Teatro SESIMINAS recebem o ator Juca de Oliveira para três apresentações do espetáculo “Rei Lear”, sob a direção de Elias Andreato. A adaptação é de Geraldo Carneiro, feita especialmente para o ator, que interpreta seis personagens - o monarca protagonista; as suas três herdeiras; o Bobo, a consciência do rei, o único capaz de lhe chamar atenção aos erros sem perder o pescoço; e o nobre Kent, assessor do rei. Pela primeira vez na história do teatro, Rei Lear é encenado como espetáculo solo. Escrita por William Shakespeare (1564-1616) entre 1604 e 1606, a peça narra a trajetória de Lear, Rei da Bretanha, que depois dos 80 anos decide dividir seu reino entre as três filhas. A cobiça e a ingratidão filial, temas centrais do texto, demonstram a atualidade do enredo. As apresentações ocorrem de 11 a 13 de março, sexta e sábado às 21h e domingo, às 19h, no Teatro Sesiminas.
Para a realização de suas atividades, em 2016, ano em que o Teatro em Movimento completa 15 anos, o projeto conta com o patrocínio do Itaú e do Instituto Unimed-BH, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
“Rei Lear” é o quarto texto de Shakespeare interpretado por Juca de Oliveira, que atuou em Júlio César (1966), Ricardo III (1975) e Otelo (1982), os dois últimos nos papéis-título. Dirigido agora por Elias Andreato, Juca, do alto de seus mais de 60 anos de carreira e 79 de vida, com inúmeros prêmios no currículo, celebra com este espetáculo sua paixão e dedicação ao teatro brasileiro. “Shakespeare é apaixonante, mas um enorme desafio para o ator. “Rei Lear” já é considerada a maior e mais difícil tragédia escrita por ele. Além disso, no formato de um monólogo. Somando o fato de que nenhum ator jamais representou a peça dessa forma, mesmo os atores ingleses. O que me levou a enfrentar esse desafio foi a brilhante tradução e adaptação do Geraldo Carneiro, nosso mais inspirado poeta e tradutor de Shakespeare. Também contei com a ajuda do Elias Andreato para me guiar nessa descomunal aventura. E minha paixão pelo teatro e por Shakespeare me fez aceitar o desafio”, diz Juca de Oliveira.
Na visão de Elias Andreato, diretor, “o teatro não é apenas indústria ou gesticulação, é imaginação, libertação e amor. Toda vez que um ator pisa num palco, ele perpetua esta paixão e nos oferece o seu coração para que possamos suportar o que temos de mais monstruoso e de mais belo. É assim, através desta exposição, que nos tornamos artistas soberanos. Que o nosso Rei Lear seja uma oferenda, uma troca de amizade e de amor entre os homens”.
A montagem traz o ineditismo de ser encenada pela primeira vez por apenas um ator. De acordo com Geraldo Carneiro, a atual adaptação procura recortar os momentos centrais da trajetória de Lear. “Claro que há reduções e supressões que podem provocar algum estranhamento a um especialista. Mas, em contrapartida, talvez, tenhamos o personagem mais próximo de nós, em geral avassalados por sua grandeza. Aqui, Lear é sujeito e narrador de sua própria história. E vemos que o que parecia monstruoso na violência de seu tempo é cada vez mais parecido com os monstros da sociedade contemporânea.”
Sinopse
A peça conta a história do velho Lear, Rei da Bretanha, que decide dividir seu reino entre suas três filhas. Ao fazer a partilha, acaba sensibilizado e ludibriado pelos discursos bajuladores das ambiciosas Goneril e Regan e renega Cordélia, a filha mais nova que, preferindo manter-se íntegra, recusa-se a bajular o pai. O tempo, no entanto, mostra que Cordélia era a única merecedora do trono e do afeto de Lear, a essa altura já enredado nas armadilhas das filhas mais velhas.
Juca de Oliveira abandonou a Faculdade de Direito do Largo São Francisco para entrar na Escola de Arte Dramática. Ao longo de sua carreira, atuou em mais de cinquenta peças de teatro. Na televisão foram inúmeros papeis, entre eles o misterioso João Gibão em “Saramandaia” e o cientista Augusto Albieri em “O Clone”; no cine
ma fez cerca de doze filmes, tendo sido premiado no Festival de Gramado por “Buffo & Spalanzani”, de Flávio R. Tambellini. Como autor de teatro, escreveu onze peças, entre elas “Caixa 2”, em 1997, que ficou em cartaz por 5 anos, e “Qualquer Gato Vira-Lata Tem uma Vida Sexual Mais Saudável que a Nossa", em cartaz desde 1998, e que já deu origem a um longa no cinema.
Foto: João Caldas
Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.
