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A 5ª edição do Festival do Japão será na próxima semana

Iniciando o calendário de eventos culturais, e pelo quinto ano consecutivo, Belo Horizonte se prepara para receber o Festival do Japão, entre os dias 26 a 28 de fevereiro, no Expominas.

 

O Festival tem como objetivo a propagação da cultura japonesa, o intercâmbio social, cultural e econômico entre esses dois países. O evento já está consolidado no calendário mineiro, visto que mais de 20 mil pessoas visitaram a feira nas edições anteriores e este ano são esperadas cerca de 25 mil.

 

Alguns diferenciais na feira deste ano poderão ser conferidos. Destaque para a exposição de WASHI (um tipo de papel japonês que é utilizado em várias funcionalidades, como convites de casamento, restauração de livros, papel de parede, bolsas, carteiras e até sapatos!). Inclusive o papel WASHI foi tombado pela Unesco.

 

A temática este ano será Arte em Papel. As oficinas que utilizarão o Washi serão: WASHI-Ê E KURUMI-Ê.

 

Várias oficinas serão ligadas ao papel WASHI:

- Kurumie – montagens de bonecas a partir do papel

- Pipas

- Kirigami

- Experimentação em Origami

- Mangá – desenhos no papel

- Ikebana – arranjos florais

 

Além das oficinas a feira terá: Concurso de Miss Nikkei e de Cosplay, Praça de Cerâmica (com mostras, oficinas, venda).

 

Serão três dias repletos de atividades, com apresentações de shows musicais como taikos, danças típicas japonesas, artes marciais como judô e kendo, a tradicional arte da Cerimônia do Chá, exposição de Ikebana, exposições e workshops de cerâmica, oficinas de arte, além de bazaristas.

 

Outra área que será oferecida é a culinária japonesa, com pratos que já fazem parte do cardápio brasileiro, como yakishoba, sushi, harumaki, tempura, yakisoba, espetinhos, dentre outros. Oportunidade também para experimentar a culinária artesanal com pratos pouco conhecidos do público mineiro, como o Karé raisu,UDON e LAMEN (bem no estilo japones), OKONOMIYAKI, TAKOYAKI, OBENTOU (espécie de marmita)  e o doce dorayaki.

 

Para quem adora os mimos japoneses, também terão expositores comercializando produtos e artigos típicos, gerando negócios e renda. Vale a pena conferir a riqueza da tradição japonesa.

 

O Festival do Japão em Minas é uma realização da Associação de Cooperação em Ciência e Tecnologia Brasil-Japão e do Escritório do Cônsul Geral Honorário do Japão em Belo Horizonte, sendo o último responsável por toda a programação cultural.

 

História da produção do Washi

 

Na região de Shikoku concentra-se o maior número de produtores do Japão com plantação de Kozo e  Mitsumata.  São encontradas na cidade de Tosa, Nyodo e Ino, muitas industrias de Washi. Na província de Okinawa, está sendo mantida a tradição do Washi ou Ryukyu-shi. Lá foi erguido o Palácio do Papel, onde eram fabricados os some-gami, papéis com características próprias, produzidas com folhas de bananeiras e de Gampi. Técnicos de Washi de Tosa ajudaram na montagem de uma indústria de papel em Okinawa para fabricação do Ryukyu-shi. Entretanto, com a segunda guerra mundial, as instalações foram  destruídas, mas após o final da guerra, a produção foi retomada.

 

Os imigrantes japoneses que vieram para o Brasil antes da Segunda Guerra Mundial trouxeram uma grande bagagem cultural. Algumas palavras como: Undokai (festa desportiva de confraternização), a fruta Caqui, Karaokê e Washi que passou a ser sinônimo de papel japonês, já foram adotadas. Porém há dúvidas sobre a natureza do Washi, quanto à natureza do papel, sua matéria prima e sua técnica de preparo.

 

 

Desde que o Japão começou a fabricar papel, há 1.300 anos, ele foi gradativamente aperfeiçoando a técnica herdada da China. As águas límpidas dos rios que brotam de suas montanhas deram condição para a fabricação de um bom papel e a falta de matéria prima foi suprida com a substituição dos trapos de linho pelo Kozo e pelo Gampi, permitindo assim que o Washi fosse produzido em quantidade e exportado para Coréia  e China.

 

 

Caracteristicas da Produção do Washi

 

O processo para fabricação do Washi: a) suspenda as fibras na água de uma tina, b) acrescente neri para provocar sua dispersão, c)peneire numa  tela de bambu ou metal (inicialmente as fibras longas ficarão presas  à tela, depois as fibras curtas também ficarão retidas),d)coloque no sol para secar. Este produto seco é o papel.

 

Qualquer fibra vegetal serve para a fabricação de papel. Nunca se deve usar fibra animal. Roupas de linho podem ser usadas no preparo  de papel, já as de lã não podem.

 

Principais vegetais fibrosos utilizados no mundo da fabricação de papel:

1- Fibras floemáticas ou liberianas (kozo, gampi, mitsumata, linho, juta e cânhamo);

2 - Fibras de coníferos (pinheiro, lariço, abeto-branco e touhi);

3- Fibras folhosas (eucalipto, olmo, salgueiro, faia, alamone bétula);

4 - Fibras de Folhas (linho de manila);

5 - Fibras de frutos (algodão);

6  - Feixes vasculares de monocotiledôneos (palhas de arroz e de trigo);

7 –Outras fibras (bambu, junco e esuparuto).

  

O principal equipamento empregado na fabricação do Washi é o Sugeta. Como ele só existe no Japão, no Brasil  e nos Estados Unidos está sendo usado um Keta de telas metálicas ou nylon, que aliás se difundiu por todos países do mundo. É usado para produção de papeis reciclados  a partir do uso de jornais velhos.

O Keta do Sugeta é confeccionado com Hinoki, madeira de ótima textura.A parte metálica do Sugeta é feita com cobre para evitar a oxidação pelo constante uso na água.É importante que o material que confecciona o Sugeta seja leve e resistente para não sofrer deformação.

 

Processos de fabricação:

1- Cozimento do Kozo

2- Imersão

3-Raspagem

4- Cozimento da Casca Branca

5-Lavagem

6-Limpeza de Detritos

7- Alvejamento

8-Socagem

9- Mistura das Fibras

10- Adição de Neri

11- Fabricação Propriamente Dita

12- Prensagem

13- Secagem

 

O ramo de confecção de roupas com Washi é chamado de artesanato de tingimento. Para confecção do Kamikoroupa que impede a passagem do ar e aquece no inverno,  usam o Washi que é submetido a um processamento; cobre-se sua superfície com um liquido extraído da batata de Konhaku, amassar bem e só depois confecciona a roupa que receb o nome de Kamiko. Estas roupas de papel impedem a passagem do ar aquecendo no inverno.

 

O Washi rasgado em tiras finas, transformadas em fios, é usado  na confecção dos tecidos denominados Shifu. Assim como o Kamiko, a roupa feita com Shifu se adequa ao corpo  e suporta lavagens. Outra espécie de Shifu é o Saga Nishiki (Brocado de Saga).

 

 O washi também é utilizado no artesanato  de verniz, é apropriado na confecção de folhas de ouro e de prata, pinturas em laca, bonecos de barro e de papel e na limpeza de espadas japonesas.

 

O Washi é utilizado na confecção de flores artificiais, suas propriedades permitem tingir, cortar, dobrar, torcer e curvar. Também é usado na confecção de Washi Ningyô , bonecas de Washi.

 

Temos a presença do Washi na arquitetura desde os tempos antigos. Podemos ver nas casas antigas que os únicos materiais eram a madeira e o papel.  Tapetes, portas, paredes, divisórias, biombos eram revestidos de papel e  até as luminárias tinham cobertura de papel.

 

 

Origami - Técnicas que transformam papel em Arte

 

Técnica milenar de dobrar papel. A palavra é composta por dois caracteres. O primeiro ORI significa dobrar e o segundo KAMI significa papel. O ORIGAMI é uma cultura transmitida como um idioma comum desde os tempos antigos no Japão, largamente divulgada pelo mundo. Hoje o ORIGAMI é uma das mais populares expressões artísticas japonesas, sendo transmitido de pai para filho e também em cursos de cultura nipônica em todo o mundo.

 

Esta arte é utilizada em várias áreas das ciências, como recurso pedagógico, ajudando na concentração, criatividade, memória, coordenação motora, predispõe à calma e disciplina, combatendo o estresse e também muito utilizado como terapia.

 

Tsuru (grou), símbolo da paz e saúde

 

A dobradura mais conhecida é a do TSURU, um pássaro estilizado que representa um grou, uma espécie de cegonha. Segundo a lenda, o TSURU, ave sagrada do Japão vive mil anos. Por isso aquele que fizer mil TSURUS concentrando-se em um desejo, será atendido. Também é símbolo de longa vida e boa sorte.

 

Senbazuru

 

A tradição de dobrar mil grous ou tsurus é chamada no Japão de Senbazuru  e até hoje é bastante popular no país. Há uma crença antiga no Japão de que se forem feitos 1.000 tsurus de Origami com o pensamento focado em uma necessidade, este desejo será realizado. Por este motivo, muitos japoneses  fazem 1.000 origamis de tsuru e deixam em templos com desejo de que seus pedidos sejam atendidos.

 

Costuma-se seguir esta tradição quando um amigo ou parente está enfermo. Várias pessoas se juntam em uma espécie de mutirão para cumprir a meta de dobrar 1.000 tsurus, com o objetivo de alcançar a pronta recuperação da pessoa. Um belo exemplo de solidariedade. No Japão, é possível encontrar até kits prontos para a montagem do Senbazuru

Foto: Divulgação 

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