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Neste sábado (22): Dedicado aos ritmos latino-americanos, Cómo te Lhama? desfila com o tema “AMOR PROHIBIDO!”

Bloco celebra sucesso de Selena Quintanilla para explorar aventuras, desventuras e diversos tipos de amor; com formação diversa e bateria com mais de 100 integrantes, desfile acontece das 14h às 20h, no Santa Inês, e deve atrair cerca de 20 mil pessoas

Nascido em 2016, o bloco Cómo te Lhama? surgiu do encontro entre artistas brasileiros e sul-americanos residentes em Belo Horizonte, unidos pela paixão pelo Carnaval de rua e pelos ritmos latinos, especialmente a cumbia. Com uma fusão envolvente de sonoridades e influências, o bloco traz uma mistura única que vai do charango aos teclados, das alfaias à guitarra, dos agbês aos coros vocais – criando a autêntica cumbia carnavalesca de Belo Horizonte, marcada pelo acento portunhol e pelo respeito à tradição.

Neste ano, o cortejo acontece neste sábado, dia 22 de fevereiro, das 14h às 20h, na Rua Gomes Pereira, no Bairro Santo Inês, com expectativa de público de 20 mil pessoas. Inspirado no sucesso da cantora mexicana-americana Selena Quintanilla, considerada a rainha da cumbia, o Cómo te Lhama? apresenta o tema “AMOR PROHIBIDO!”. Haja vista o universo afetivo transnacional e popular desse importante gênero musical de origem colombiana e de forte expressão na América Latina, o bloco promete um Carnaval repleto de emoção, explorando aventuras, encontros e desencontros, triângulos amorosos e poliamores. 

Com três vocais principais, instrumentação diversa, uma bateria de 100 batuqueiros e uma vibrante ala de dança com cerca de 30 pessoas, o Cómo te Lhama? traz a cumbia como sua base, flertando também com outros estilos como ragga, guaracha, salsa, quarteto, além de ritmos brasileiros como carimbó, afoxé, lambada, guitarrada paraense e maracatu. Além disso, o tema desta edição abre espaço para dialogar, ainda, com a tradição romântica brasileira presente em expressões musicais como o brega, o sertanejo e a própria MPB.

Inserido em um contexto de efervescência cultural em Belo Horizonte – que, nas últimas duas décadas, viu o Carnaval de rua renascer e se consolidar como uma das maiores e mais autênticas manifestações populares do país –, o Cómo te Lhama? contará com três participações especiais em 2025: da percussionistas e regente de blocos argentina Chaya Vasquez, figura icônica do Carnaval de BH, cofundadora do bloco e também da banda Atípica de Lhamas; o cantor, compositor e instrumentista colombiano Aleksey el Majadero; e o percussionista chileno Aldo Miranda Soto, conhecido como Ochinelito.

O desfile do bloco Cómo te Lhama? 2025 é realizado pela Atípica de Lhamas e pela Disco Produções, com recursos do Edital de Auxílio Financeiro para Blocos de Rua do Carnaval de BH, da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Ambev.

“AMOR PROHIBIDO!”

Nos anos anteriores, o Cómo te Lhama? explorou personagens históricos e animais característicos de regiões onde a cumbia está presente. Em 2025, porém, ao trazer “AMOR PROHIBIDO!” como música-tema, o bloco aborda um assunto universal e recorrente no cancioneiro da cumbia, expandindo as inúmeras possibilidades e definições do amor. “Desta vez, olhamos para as canções e o amor está em quase todas as letras. A dor do amor proibido, do amor intangível é ainda mais revelado nas músicas e por isso optamos por exaltá-lo. O amor que é recíproco, mas não pode ser vivido, o amor não correspondido, o poliamor, o amor que se desgasta, o amor pontual e explosivo. No nosso cortejo, todos os amores serão celebrados”, afirma a vocalista Laura Lopes.

A cantora afirma que a música de Selena apresenta apenas um, entre vários, tipos de amor proibido. “É um amor proibido entre pessoas de classes sociais diferentes, que encontram seus obstáculos perante os olhos da sociedade. Selena foi um grande ícone que atravessou as fronteiras e nós nunca havíamos interpretado uma música dela na banda. Na primeira vez que tocamos o clássico ‘AMOR PROHIBIDO!’ a aceitação foi incrível, com muita gente cantando junto”, relembra, destacando outros nomes do repertório.

“Este ano está recheado de histórias de amor, com os mais variados dilemas. Vai de Selena a Totó de Momposina, de Sidney Magal a Jorge Aragão. Sempre com os arranjos enfocando a cumbia, inclusive resgatamos canções que já estiveram anteriormente no nosso repertório e que são a cara do tema deste ano. Também preparamos surpresas bem contemporâneas, como ‘Baile Inolvidable’ e ‘DTMF’, do porto riquenho Bad Bunny”, revela.

Convidados

O bloco Cómo te Lhama?, com sua abordagem latino-americana, torna-se um exemplo emblemático do caráter acolhedor e multicultural que o Carnaval de Belo Horizonte assumiu. Ao incorporar a cumbia e outros ritmos latinos, o bloco expande o repertório carnavalesco e enriquece a experiência da folia, promovendo uma interação única entre as culturas brasileiras e latino-americanas.

Esse intercâmbio de culturas, vivências e sonoridades foi um dos motivos que levou Chaya Vazquez a criar, junto a outros envolvidos no Carnaval de rua de BH, o bloco e a banda em 2016. Atualmente vivendo em Garopaba, Santa Catarina, a artista volta a BH para participar do bloco de uma das formas que mais gosta: regendo a bateria, no chão, sentindo o calor do Carnaval de rua.

“Para mim, falar das Lhamas é algo muito emocional. Eu admiro e pesquiso a música brasileira há muito tempo, o maracatu de baque virado foi o que me fez ficar no Brasil pela primeira vez. Então, quando veio a ideia de fazer um bloco de cumbia, algo que me acompanhou a vida inteira, que é próprio das minhas raízes, foi como retribuir ao Brasil um pouco do que aprendi aqui”, se emociona. “E fazer isso em Belo Horizonte, em um lugar que não tem tanto estrangeiro, no coração do Brasil, com a aceitação que tivemos. Lembro até hoje do primeiro desfile, todos cantando em coro. Eu não conseguia parar de chorar. Tenho certeza de que esse reencontro vai ser emoção pura”, completa.

Radicado em São Paulo há 11 anos e reconhecido pelo seu trabalho com as bandas Tríptico Caribe e Cambamberos, Aleksey El Majadero também celebra a oportunidade de misturar as raízes colombianas com texturas musicais brasileiras junto ao Cómo te Lhama?. “Para mim, como colombiano e como representante da cumbia no Brasil é muito bonito ver como as Lhamas abraçam e respeitam a chegada desses elementos cumbieros que a música colombiana tem”, afirma Aleksey, que já participou da Roda de Cumbia da Atípica de Lhamas, no ano passado. “O convite para o Carnaval foi incrível. Imagine para mim, tocar a gaita colombiana em um bloco de Carnaval no Brasil, em Belo Horizonte. Acredito que será algo feito pela primeira vez. Uma honra imensa”, completa.

O chileno Aldo Miranda Soto, Ochinelito, radicado na capital mineira há sete anos, também já teve a experiência de tocar com a Atípica de Lhamas como músico substituto em alguns shows, e celebra a oportunidade de estrear junto ao bloco. “Tenho outros projetos de música latina em BH que existem há um tempão, como a banda União Latina, sempre estive por dentro dessa cena. Então, desde que tive conhecimento da Atípica de Lhamas, me interessei muito pela banda. E hoje é um privilégio poder participar, porque é um trabalho muito bem-feito, muito inteligente e muito consciente do contexto. E o bloco é uma experiência, né?”.

SERVIÇO | Cómo te Lhama? 2025 – “AMOR PROHIBIDO!”
Quando. Sábado (22/2), das 14h às 20h
Onde. Rua Gomes Pereira – Bairro Santa Inês
Quanto. Gratuito 

Foto: Milena do Carmo

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