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Encerrando sua primeira edição, o projeto “Arte nas Águas de Minas” seleciona dois artistas de Coronel Fabriciano para transformarem uma unidade da Copasa em uma verdadeira galeria de arte urbana céu aberto. As inscrições ficam abertas até as 17h59 deste domingo, dia 23 de fevereiro, e podem ser feitas por meio de formulário online disponível neste link, com apresentação de documentação e portfólio. As informações do edital estão neste link.

“Arte nas Águas de Minas” é uma realização do Ministério da Cultura, da APPA – Cultura & Patrimônio, patrocinado pela Copasa e viabilizado pelo Governo Federal - União e Reconstrução, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet. Ao todo, até março deste ano, serão produzidos 18 murais em seis cidades do Estado — Divinópolis, Contagem, Pouso Alegre, Montes Claros e Coronel Fabriciano, último município da rota.

Etapa Fabriciano

Em Coronel Fabriciano, cada um dos artistas irá desenvolver um projeto autoral, em um mural com área de 60m². Serão selecionados dois artistas da cidade, como forma de incentivar os talentos locais, que irão dialogar com uma artista de renome nacional, convidada pela curadoria. Os trabalhos poderão ser acompanhados em tempo real pelo público, que vai interagir com os artistas. As obras são de criação livre, dentro da temática de preservação das águas e da sustentabilidade ambiental, abrangendo linguagens como o graffiti e o muralismo.

O resultado com o nome dos artistas selecionados para esta última etapa do projeto em Coronel Fabriciano deve ser divulgado no dia 26 de fevereiro. Os participantes vão receber um cachê de R$5 mil, sendo R$3 mil pela pintura do mural e R$2 pela ministração de um workshop, voltado para jovens da cidade. A etapa em Fabriciano está prevista para realização entre os dias 10 e 20 de março. A data do workshop ainda será divulgada em breve.

Na cidade do Vale do Aço, a artista convidada pela curadoria de Juliana Flores (Agência Pública) é Luna Bastos. Natural de Teresina, Piauí, ela é artista visual, muralista e tatuadora. Formada em Psicologia pela Universidade Estadual do Piauí, Bastos trabalha com diferentes técnicas e suportes, como pintura, bordado e escultura. Seu trabalho artístico tem como espinha dorsal a ancestralidade africana, confluindo para aspectos de identidade, representação, memória, ressignificação, entre outras potencialidades.

Entrega em MOC

Na manhã da última quinta-feira, dia 13 de fevereiro, "Arte nas Águas de Minas" celebrou as pinturas da etapa de Montes Claros, realizadas na unidade da Copasa no bairro Independência. A entrega contou com uma solenidade com representantes da Companhia, da APPA, do poder público municipal e dos artistas envolvidos - o pernambucano Bozó Bacamarte, convidado da curadoria, e os locais Léo Caxeta e Bela Parada, selecionados por edital.

Durante dez dias, os artistas transformaram esteticamente os muros e a estrutura do reservatório, convidando a população para um olhar mais atento para a arte e para o tema da sustentabilidade. "As pinturas trouxeram um novo significado para a paisagem urbana de Montes Claros e a leitura das obras chama atenção para o tema da conscientização ambiental, que é tão significativo para a nossa sociedade. Ficamos muito felizes pela recepção dos moradores do bairro em relação ao nosso trabalho”, afirmou a diretora de projetos da APPA, Siomara Faria.

Trabalhos

Em seu mural intitulado "Andada das Águas", Bozó Bacamarte reflete a ideia de que a água é sinônimo de movimento constante, simbolizando a fluidez da vida e a harmonia entre o ser humano e a natureza. Bacamarte, com sua obra, convida o público a refletir sobre o equilíbrio entre os seres vivos e a importância de estarmos em sintonia com o meio ambiente que nos rodeia.

Léo Caxeta, por sua vez, apresenta o mural "Inestimável". A obra traz uma personagem maior que simboliza a natureza, que vem sofrendo com os eventos climáticos, e tem uma fisionomia de sofrimento. No centro, crianças suspendem um barco e dão água à grande personagem, trazendo a ideia de esperança no futuro, com jogadas de cores que traduzem tais sentimentos.

Já Bela Parada intitula seu mural como "A Infinidade dos Possíveis". No, ela reflete sobre a água como origem e veículo de toda a vida, meio de purificação, instrumento de regeneração. Aquilo que fecunda, onde habitam bichos, seres, plantas e vidas. "Quantos encontros se presenciam na água, essa morada de uma infinidade de possíveis afetos?", pergunta a artista, que reverencia a Mãe D'Água em sua obra.

APPA - Cultura & Patrimônio

A APPA - Cultura & Patrimônio é uma associação cultural, sediada em Belo Horizonte, de fins não lucrativos, que tem como principal objetivo a promoção de iniciativas artísticas, culturais e patrimoniais que favoreçam o desenvolvimento socioeconômico. Em mais de 30 anos, a APPA já desenvolveu, gerenciou e executou, com sucesso, mais de 240 projetos, aprovados em diversos mecanismos de financiamento cultural, como leis de incentivo à cultura e fundos culturais, além do gerenciamento e execução de convênios, termos de parceria, contratos de gestão, termos de ajustamento de conduta, patrocínios não incentivados, entre outros.

Foto: Natália Hare