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Casa do Beco e Fazendinha Dona Izabel lançam programação cultural de 2025 e Incubadora Social e Cultural de Favelas
Serão realizados Desfiles de Moda Plus Size, Grito de Carnaval com Marchinhas e diversos ritmos, Forró, Contação de Histórias, Bate-papo e exibição de filmes, além de Gastronomia e artesanato
Embaladas por um Grito de Carnaval, a Associação Cultural Casa do Beco e a Fazendinha Dona Izabel dão início à programação artística de 2025 com a inauguração oficial da “Incubadora Social e Cultural de Favelas”, nos dias 14 e 15 de fevereiro. Serão apresentados trabalhos representativos da diversidade cultural do Aglomerado Santa Lúcia/Morro do Papagaio por meio dos Coletivos: Entre Fios e Raízes, Instituto 100% Morro, Irmandade de Congo e Moçambique Senhora do Rosário e São Benedito do Morro do Papagaio, Matilha Cultural, Modare e Plus Size da Quebrada.
Entre os destaques da programação, o Coletivo Plus Size da Quebrada apresentará um desfile especial com a temática de Carnaval, inspirada em uma música criada exclusivamente para o grupo. Além disso, os DJs animarão o público relembrando as icônicas marchinhas da Festa do Momo e explorando a diversidade de ritmos que fazem do Carnaval uma celebração única.
Trata-se do resultado de um chamamento público realizado pela Associação Cultural Casa do Beco, que culminou em uma seleção dos artistas locais para vivenciarem um processo de profissionalização em gestão social, planejamento, elaboração de projetos e captação de recursos, além da construção coletiva do evento de lançamento do espaço da Fazendinha como uma Incubadora Social e Cultural de Favelas.
De acordo com Nil César, gestor sociocultural, coordenador geral do Projeto e um dos fundadores da Casa do Beco, ao longo de 6 meses foram oferecidos diversos processos formativos e profissionalizantes aos Coletivos selecionados. Entre os conteúdos abordados, destacam-se Análise SWOT/FOFA, Canvas, Checklist de Produção, Planejamento Estratégico, Leitura de edital da Política Nacional Aldir Blanc – PNAB (BH) e orientações sobre a Inscrição de projetos nas Leis de Incentivo à Cultura.
“Os resultados têm sido extraordinários. Das 5 inscrições realizadas durante a oficina sobre a PNAB-BH, por exemplo, 4 projetos foram aprovados com valor integral do edital. Isso não apenas fortalece a economia local, mas também garante a sustentabilidade dos envolvidos. Esse é o propósito da Incubadora Social e Cultural de Favelas: profissionalizar os Coletivos Culturais dos Aglomerados, compartilhando o conhecimento acumulado ao longo dos 29 anos de existência do nosso Grupo. Ao qualificar as Comunidades, ampliamos as potencialidades culturais das pessoas que vivem em favelas. E, unindo Carnaval e Empreendedorismo, oferecemos aos coletivos a oportunidade de aplicarem os conhecimentos na prática, na organização deste evento de lançamento”, comemora Nil César.
Sobre os Coletivos selecionados
Entre Fios e Raízes
Coletivo que combina tradição e modernidade por meio da gastronomia e do artesanato. Suas criações contam histórias e oferecem experiências únicas que conectam pessoas à essência cultural da comunidade.
Instituto 100% Morro
O coletivo 100% Morro promove a valorização cultural e literária da comunidade por meio de sua Biblioteca Itinerante. Com livros e histórias que refletem o cotidiano do Morro, eles preservam memórias e fortalecem identidades.
Irmandade de Congo e Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito do Morro do Papagaio
A Irmandade celebra 70 anos de tradição e fé, mantendo viva a cultura do Congado no Morro do Papagaio. Com seus cortejos e tambores, promove a união da comunidade por meio de história, espiritualidade e resistência.
Matilha Cultural
Coletivo de arte e resistência, focado em expressar as vozes e as lutas da comunidade. Suas exposições e intervenções artísticas reforçam a importância da representatividade e da transformação social.
Modare
Coletivo que une Moda e Arte de forma inovadora, trazendo um olhar único para a expressão cultural. Suas criações valorizam a criatividade, a sustentabilidade e a conexão com as raízes comunitárias.
Plus Size da Quebrada
O Coletivo Plus Size da Quebrada traz representatividade e inclusão à Moda, desafiando padrões e valorizando a beleza em todas as formas. Com desfiles e vitrines vivas, empodera corpos diversos e fortalece a autoestima.
PROGRAMAÇÃO
14 de fevereiro (sexta-feira) |18h – 22h30
Roda de conversa enriquecedora sobre a história e os 70 anos da Irmandade de Congo e Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito do Morro do Papagaio; a Biblioteca Itinerante do Instituto 100% Morro; a Vitrine Viva e Fotos com as incríveis modelos do Coletivo Plus Sizes da Quebrada; o Interlúdio Artístico com o coletivo MODARE; um Aulão e DJs com Forró - do Coletivo Matilha Cultural. Haverá também vendas de produtos e artesanatos da Lojinha e a Gastronomia com as delícias únicas do Coletivo Entre Fios e Raízes.
15 de fevereiro (sábado) | 18h – 22h
Noite vibrante e cheia de cultura: Desfile com o estilo inovador da MODARE, juntamente com a representatividade do Plus Size da Quebrada; Show de Forró ao vivo e muita animação com o Coletivo Matilha Cultural. Além disso, o público poderá prestigiar as exposições que mostram a atuação dos Coletivos na favela, adquirir os produtos e se deliciar com a gastronomia do Coletivo Entre Fios e Raízes.
O projeto “Fazendinha Dona Izabel - Incubadora Sociocultural no Morro do Papagaio” conta com o Patrocínio do Instituto Unimed BH - Viabilizado pela doação de pessoas físicas (Lei Federal de Incentivo à Cultura) e do Grupo Houer - Impactando Gerações (Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte).
PROGRAMAÇÃO 2025
Para 2025, a Casa do Beco pretende expandir suas ações com novos projetos, fortalecer parcerias e buscar novos investimentos para ampliar sua estrutura e atingir um público ainda maior.
Ações Prioritárias
Campanha de Acessibilidade e Reforma da Casa do Beco: Mobilização de recursos para a instalação de elevadores e adaptações estruturais, garantindo acessibilidade plena ao espaço cultural instalado em um prédio de três andares. Após aprovação na Lei Paulo Gustavo, para fabricação de elevadores de acessibilidade, iniciamos esta campanha em busca de doações para cobrir os custos com materiais e contratação de profissionais.
Projeto Incubadora Sociocultural: Fomento à formação artística e cultural da comunidade, oferecendo oficinas, eventos e apresentações para fortalecer a Economia Criativa local.
Ações para Divulgação e Engajamento: Produção de eventos, campanhas institucionais e eventos estratégicos para ampliar a visibilidade do projeto e atrair novos apoiadores.
ATIVIDADES A SEREM EXECUTADAS
EIXO 1: PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Lançamento da Casa do Beco como "Pontão de Cultura Minas é Mais!", com participação de gestores públicos e patrocinadores.
04 apresentações culturais em praças de Belo Horizonte e Região Metropolitana, com elencos artísticos da Casa do Beco.
05 intervenções do Grupo Teatro Entre Elas em Escolas Públicas, Instituições Sociais e Espaços Comunitários.
Programação cultural continuada com 04 espetáculos de terceiros na Casa do Beco, Fazendinha Dona Izabel e outros espaços comunitários.
EIXO 2: PROGRAMAÇÃO PEDAGÓGICA
Atividade formativa contínua para o Grupo Teatro Entre Elas, focada em Arte Terapia.
Oficina em parceria com Postos de Saúde e/ou CRAS, promovendo a integração entre arte e saúde.
Oficina artística e/ou técnica aberta ao público da comunidade.
EIXO 3: MANUTENÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Recursos direcionados para a manutenção da Casa do Beco e Fazendinha Dona Izabel, incluindo custos operacionais e pagamento da equipe.
A CASA DO BECO
A Associação Cultural Casa do Beco foi fundada em 2003, a partir do trabalho artístico do Grupo do Beco, criado em 1995. Localizada aos pés do Aglomerado Santa Lúcia/Morro do Papagaio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, a instituição é um Ponto de Cultura desde 2010.
Tem como propósito democratizar o acesso à cultura e valorizar as expressões artísticas da periferia. A Casa do Beco se tornou um espaço de resistência e fortalecimento da identidade local. Por meio de iniciativas inovadoras, a organização atua na promoção da diversidade, inclusão e do desenvolvimento sustentável da comunidade.
Ao longo dos anos, a Casa do Beco tem se consolidado como um importante polo de transformação social, utilizando a cultura, a arte e a educação como ferramentas de impacto positivo. Desde sua fundação, a organização tem transformado diretamente a vida de centenas, ou até milhares de pessoas, oferecendo atividades culturais, formação profissional e ações de fortalecimento comunitário.
Para 2025, a Casa do Beco pretende expandir suas ações com novos projetos, fortalecer parcerias e buscar mais investimentos para ampliar sua estrutura e atingir público ainda maior.
FAZENDINHA DONA IZABEL
A história do Casarão da Barragem Santa Lúcia tem início antes mesmo da construção da cidade de Belo Horizonte. O imóvel foi construído em um terreno que, inicialmente, fazia parte da Fazenda do Capão, dos tempos do Curral Del Rei, localizada na região que corresponde atualmente ao Aglomerado Santa Lúcia e bairros adjacentes. A fazenda foi desapropriada por estar na área onde seria construída Belo Horizonte.
Posteriormente, a fazenda passou a integrar a Colônia Agrícola Afonso Pena. Em 1972, o Casarão foi adquirido por Maria Izabel Rocha Magalhães, Dona Izabel, e seu marido, Milton – este, segundo relatos da família, era neto de um ex-escravizado que vivera na Sede antiga da Fazenda do Capão.
Em 1992, o imóvel passou a integrar o Patrimônio Cultural do Município, em função de seu valor histórico e afetivo para a Comunidade e para toda a sociedade. Um Ofício, com abaixo-assinado de moradores, foi enviado pela União Comunitária da Barragem ao Conselho Deliberativo do Patrimônio de Belo Horizonte, solicitando o tombamento do casarão e sua transformação em Centro Cultural. Trinta anos depois, o desejo da comunidade se completa.
A relação da Casa do Beco com a Fazendinha e com Dona Izabel começou no início dos anos 2000, tendo a instituição se posicionado junto à família em diversos momentos, mobilizando apoios para a manutenção do casarão cujos danos se agravavam, a cada ano, colocando em risco a própria edificação e a vida das famílias que lá viviam.
Em um desses momentos, juntamente com o Projeto Memória, desenvolvido em parceria com a UFMG e a Associação de Universitários do Morro, a Casa do Beco fez campanha para arrecadação de recursos para restauro do telhado que fora destruído devido à queda de uma árvore.
Em 2018, a instituição participou das primeiras mobilizações da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) junto à Comunidade e à família de Dona Izabel (falecida em 2009) em favor do restauro da edificação. Já em 2019, a Casa do Beco articulou a criação de um Fórum permanente reunindo a PBH, a comunidade e a família de D. Izabel, para diálogar sobre a concretização do restauro.
Foi em virtude dessa forte presença e atuação da Casa do Beco que a instituição foi convidada pela PBH para ser a gestora do novo espaço cultural, em 2022. Após diálogo respeitoso com a família e com a comunidade, A Casa do Beco aceitou a missão. Nesse sentido, foi assinado um termo de permissão de uso entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a Associação Cultural Casa do Beco, por um período inicial de 10 anos.
SERVIÇO: Fazendinha Dona Izabel – Av. Arthur Bernardes, 3120
14 e 15 de fevereiro de 2025 (sexta-feira e sábado), à partir das 18h
Como Chegar: Ônibus - linhas 101, 8101, 8103, 9101, 1170 - S20
Informações para o público: (31) 3297-1455
CASA DO BECO
PATROCÍNIO
Instituto Unimed BH – Viabilizado por meio de doação de pessoas físicas desde 2013
Grupo Houer – Impactando gerações
INCENTIVO
Lei Federal de Incentivo à Cultura
Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte
REALIZAÇÃO
Ministério da Cultura e Governo Federal - BRASIL União e Reconstrução
Prefeitura de Belo Horizonte
Foto: Divulgação
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