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Elevação da taxa básica de juros, queda nas vendas, distrato, enfraquecimento do mercado interno, alta da inflação, índice maior de desemprego, queda na produção industrial... O cenário atual da economia brasileira não está favorável para começar novos negócios ou investimentos. Apesar disso, jovens empresários mineiros têm se destacado ante a crise. Segundo eles, é preciso muita criatividade, coragem e determinação para driblar a situação.

O sócio-diretor da Partners Comunicação Integrada e diretor de Relações Públicas da ACMinas Jovem, Dino Bastos, comenta que os jovens empreendedores têm se destacado no mercado. “Com propostas de negócios inovadores, eles possuem grande capacidade de atrair consumidores e também investidores”.

O banco Citi do Brasil, em pesquisa realizada entre seus clientes, constatou que a maioria dos correntistas que alcançou seu primeiro milhão nos últimos dois anos eram empreendedores e com a idade média de 30 anos.

Para Bastos os jovens possuem características que contribuem para o sucesso nos negócios. “Um atributo fundamental é a capacidade de se adaptar e executar mudanças rapidamente. O empreendedor, nos tempos atuais, precisa ser capaz de fazer leituras rápidas do que ocorre no ambiente externo - potenciais clientes, segmentos e mercados - e se ajustar internamente para se sustentar. Essa habilidade de adaptação e de assumir riscos maiores é típica dos mais jovens”.

A Investor Consulting Partners é uma boutique de investimentos que atua há mais de sete anos nos segmentos de Corporate Finance, Avaliação Imobiliária e Organização Patrimonial, e M&A – Fusões e Aquisições. O corpo executivo e técnico, composto por jovens, conseguiu em 2015 aumentar 35% a empresa apesar da crise, demonstrando ótimo desempenho e experiência de mercado. Frederico Belém, diretor de Novos Negócios, destaca os últimos dados da Confederação Nacional dos Jovens Empresários, Conaje. O documento mostra que o índice de sucesso dos jovens nos negócios chega aos 77%. “O empresário, com idade entre 25 e 35 anos, geralmente é inovador e criativo, ele gosta de desafios”.

No Brasil, a mesma pesquisa apontou que, entre os 5.181 participantes, 61% já possui seu próprio negócio e se considera um “jovem empreendedor”. Frederico comenta que o apesar do novo gestor conviver melhor com os riscos e ser, normalmente,  mais ousado, o momento atual é de manter “os pés no chão”. “Durante uma turbulência é imprescindível saber lidar com as incertezas, mas também é necessário se manter atento durante o bom desempenho. A crise é real e olhar para a própria empresa e criar planos contingenciais, rever sua estrutura de custos, redefinir suas estratégias comerciais e buscar novos caminhos, também é importante para acompanhar o mercado e manter o sucesso”, conclui o diretor da Investor.  

Empreendendo

Um case de sucesso que vem crescendo no mercado, apesar da atual situação, é a empresa mineira Fofostore, criada por jovens empresários de Belo Horizonte.  Com o aporte inicial de R$ 200 mil, a empresa desenvolve pelúcias emoticon e começou por meio de uma operação de e-commerce. Atualmente, já tem três quiosques em shoppings, dois em Minas Gerais e um em São Paulo.

Um dos criadores da marca, Bruno Scolari, acredita que um fator essencial em que os jovens se sobressaem é a energia, “ porém, esse fator por si só não é decisivo para o sucesso”. Para ele o jovem tem que saber como canalizar essa energia e transformá-la em ação e motivação, ou seja, deve compensar a falta de experiência estudando, fazendo, errando, aprendendo e refazendo, sem se deixar abalar quando nem tudo sair conforme o esperado.

Os jovens empreendedores da Fofostore não têm medo de arriscar. Em suas próprias palavras “os planos para 2016 são audaciosos”. A meta é passar de três, para 20 lojas próprias e lançar a franquia, com a meta de fechar o ano com 10 lojas franqueadas.

Foto: Divulgação