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Cia de Dança Palácio das Artes apresenta o premiado espetáculo Entre o Céu e as Serras na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança
Montagem investiga as manifestações culturais de Minas
A Cia. de Dança Palácio das Artes volta a encenar uma de suas coreografias mais premiadas, Entre o Céu e as Serras, que estreou no ano 2000, com grande sucesso de público e crítica. O espetáculo, que foi visto por mais de 30 mil pessoas, traz diversas referências culturais ao período barroco e à formação da identidade do povo mineiro. Desta vez, o público poderá conferir diversas tecnologias e diferentes linguagens da dança na estreia do espetáculo dentro da programação da 41ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.
De acordo com a diretora do espetáculo, Cristina Machado, essa apresentação promove um reencontro entre dois momentos distintos da companhia. “É uma reimersão no início de um processo que começou há 14 anos. As questões conceituais que surgiram em torno da identidade e da experiência de mineiridade evoluíram ao longo destes anos. A estrutura, o conceito e a estética do espetáculo se mantêm, mas a dramaturgia vem agora atualizada, como se fosse a leitura de um texto escrito por todos nós, que participamos da criação em 2000”, ressalta a diretora.
A trilha sonora da montagem, assinada por Cláudia Cimbleris, combina sons orquestrais e música eletrônica. O figurino de Marco Paulo Rolla, vencedor de dois prêmios de melhor figurino em 2000, reflete as montanhas mineiras e o seu peso. Para isso, foram escolhidos trajes cor de ferrugem em uma modelagem que mistura cortes antigos com o estilo contemporâneo. Os bailarinos têm os cabelos modelados como se emergissem da lama e os corpos pintados com terra vermelha de Rio Acima.
Já o cenário, de Wanda Sgarbi, se apropria de elementos icônicos que remontam à cultura local. É o caso, por exemplo, do forro de bambu trançado presente nos tetos de habitações do interior de Minas, além de grãos típicos, como painzo e canjiquinha, utilizados no espetáculo de forma inusitada. A montagem conta, ainda, com a iluminação de Ney Matogrosso.
Processo de criação – Entre o Céu e as Serras foi a primeira coreografia da Cia. de Dança criada a partir de amplo compartilhamento de conteúdos sobre o tema, com investimento na pesquisa de movimento e na imersão gestual. O processo de criação do espetáculo inaugurou uma nova fase na Cia. de Dança, hoje reconhecida pela participação dos bailarinos nos processos de pesquisa.
Foram realizadas palestras, debates e workshops que envolveram todos os bailarinos. “O ponto de partida foram investigações sobre os reflexos socioculturais causados pelos interesses econômicos da coroa portuguesa no Brasil e sua relação com a Igreja Católica – instituição forte aqui em Minas, no século XVIII”, lembra Cristina Machado.
Durante a pesquisa de campo, orientada por Graziela Rodrigues, os bailarinos visitaram Ouro Preto e Mariana, cidades mais antigas de Minas e que guardam as memórias da formação da identidade mineira. Luiz Mendonça, coreógrafo convidado, integrou a equipe na orientação de movimentos em coreografias que foram organizadas por Suzana Mafra e Lydia del Picchia, na época assistentes de ensaio, com a colaboração dos bailarinos em seu conteúdo gestual.
Sucesso de público e crítica – Entre o Céu e as Serras cumpriu um vasto cronograma de apresentações e circulação em Belo Horizonte e em cidades do interior de Minas Gerais, com destaque para: Festival de Dança de Uberlândia – MG (2000), Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana (2003). Fora do estado, o espetáculo abriu o Festival de Dança de Joinville - PR (2001), e se apresentou em São Paulo a convite do Teatro Alfa (2003).
Prêmios – Entre o Céu e as Serras foi vencedor do 6º Prêmio SESC/SATED nas categorias: Melhor Bailarina (Mariângela Camarati); Melhor Figurino (Marco Paulo Rolla); Melhor Iluminação (Ney Matogrosso e Juarez Farinon); Melhor Cenário (Wanda Sgarbi). Ainda em 2000, a montagem ganhou o prêmio AMPARC/BONSUCESSO de Melhor Figurino (Marco Paulo Rolla).
Cia de Dança Palácio das Artes – A Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA), composta por 25 bailarinos, é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e uma das referências na história da dança em Minas Gerais. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros.
A Cia. de Dança Palácio das Artes foi fundada em 1971, iniciando seus trabalhos com um repertório clássico. Em 1999 houve uma ruptura do Grupo com a linguagem clássica e deu-se o início dos trabalhos com o método bailarino-pesquisador-intérprete, que propõe a legitimação do bailarino como sujeito de sua própria dança. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas. Em sua trajetória, já se apresentou em várias cidades do interior de Minas, capitais do Brasil e também em países como Cuba, França, Itália, Palestina, Jordânia, Líbano e Portugal.
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