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Orquestra Sinfônica de Minas Gerais realiza concerto dedicado a Villa-Lobos, que integra programação do Verão Arte Contemporânea
A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais recebe a soprano Eliseth Gomes para concerto especial da Série Sinfônica no Museu, que integra a programação do Verão Arte Contemporânea. Será executado um programa dedicado à obra de Villa Lobos com interpretação de composições inéditas em BH: Suíte de Câmara No.2 e Verde Velhice.
Segundo o regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Maestro Marcelo Ramos, o programa escolhido destaca a diferença entre os dois principais estilos adotados por Villa-Lobos em sua carreira: vanguarda e tradicional, que representam, respectivamente, o primeiro e o segundo períodos de sua trajetória. “Até a década de trinta, o compositor se ocupou com obras mais arrojadas e experimentais, chamadas de vanguarda, para depois – a partir da década de 30, se voltar às composições mais tradicionais e nacionalistas”, conta Marcelo Ramos.
O regente chama a atenção para a singular trajetória de Villa-Lobos: “O interessante em Villa-Lobos é o modo como essa divisão estilística acontece — compositores geralmente começam suas carreiras em estilos tradicionais, e depois vão inserindo elementos de experimentação. Villa-Lobos inverte essa lógica, o que alguns estudiosos consideram um retrocesso estilístico, pois esperavam ver o resultado de seus avanços na linguagem formal e sonora”.
Inéditas em Belo Horizonte – Pela primeira vez, o público poderá conferir duas obras do autor ainda inéditas na capital. Suíte de Câmara no 2, de 1959, composta no ano de falecimento de Villa-Lobos, sua última obra orquestral; e Verde Velhice, de 1922, ano da Semana de Arte Moderna em São Paulo, e que faz parte do primeiro período da carreira de Villa-Lobos.
As duas composições integram o acervo do compositor, que está sendo recuperado e digitalizado, especialmente as peças escritas à mão, por meio de parceria entre a Academia Brasileira de Música e o Museu Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Algumas obras já encontram-se disponíveis no site do museu para downloads ou aluguel.
No programa, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta também Choro no 7, escrito para um grupo de câmara, utilizando flauta, oboé, clarineta, saxofone, fagote, violino e violoncelo. A composição foi dedicada a Arnaldo Guinle, reconhecido como patrono do Fluminense Futebol Club.
Espaço para a literatura– A literatura está presente em duas das composições de Villa-Lobos que serão apresentadas. Ambas têm participação da soprano Eliseth Gomes, formada em canto pela UEMG e, atualmente, uma das mais renomadas cantoras líricas do Brasil.
O concerto terá início com A Bachiana nº 5, da série Bachianas Brasileiras, sendo interpretada em sua versão original para oito violoncelos e soprano. A composição, de 1938, tem textos de Manuel Bandeira e Ruth V. Corrêa. No encerramento teremos As Canções da Floresta do Amazonas, compostas em 1958, com os poemas Veleiros, Cair da tarde, Canção de Amor e Melodia Sentimental, de Dora Vasconcellos, poetisa e embaixatriz brasileira.
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais - Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das grandes orquestras do país. O repertório interpretado pela OSMG inclui desde o clássico tradicional, como balés, concertos, sinfonias e obras sacras, até o mais representativo da música popular, com a série Sinfônica Pop. A Orquestra apresenta-se em eventos locais e nacionais, além de cidades do interior de Minas, com o intuito de difundir a música erudita e democratizar o acesso de diversos públicos a esse gênero musical. A OSMG atua também na temporada de óperas produzidas pela Fundação Clóvis Salgado. Seu atual regente titular é o Maestro Marcelo Ramos.
Maestro Marcelo Ramos – Mestre em Regência Orquestral pelo Cleveland Institute of Music (EUA) e Doutor em Artes e Regência Orquestral na Ball State University (EUA), foi regente nas orquestras Amazonas Filarmônica, Teatro Nacional Cláudio Santoro e Sinfônica de Minas Gerais, onde dirigiu óperas e concertos sinfônicos. Participou de master classes internacionais com Michael Tilson Thomas, Kenneth Kiesler, Kurt Masur, Ronald Zollman e Alexandder Polistchuk. No Brasil, estudou regência com Eleazar de Carvalho e Dante Anzolini. Regeu as principais orquestras brasileiras no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Brasília e Espírito Santo. Além de regente, é violoncelista e arranjador. Já produziu três CDs com obras inéditas de compositores mineiros – a série Ofício de Trevas – e obras para bandas.
Eliseth Gomes (soprano) – Natural de Belo Horizonte, Eliseth Gomes é bacharel em canto pela Universidade Estadual de Minas Gerais e, atualmente, é uma das mais renomadas cantoras líricas do país. Tem se apresentado em teatros de Ópera do país e do exterior sob a regência de conceituados maestros como Holger Kolodziej, Danielle Gatti e Marcelo Ramos, entre outros. Sua carreira teve início no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, durante as récita da ópera Porgy and Bess, de George Gershwin. A estreia internacional foi na Itália, nos Teatros Comunale, de Bologna, e no Reggia Emilia, com a Ópera La Traviata. No currículo de Eliseth também há apresentações em Portugal, Espanha e Suíça. A soprano já interpretou Aída, da Ópera Aída; Liù da Ópera Turandot; Violetta da Ópera La Traviata; Micaela da Ópera Carmem; Mimi da Ópera La Bohème; Bess, Serena e Clara da Ópera Porgy and Bess; e Alice Ford, da Ópera Falstaff. Eliseth Gomes também participou como solista de várias gravações: Ofício das Trevas, sob a regência do Maestro Marcelo Ramos; Missa da Coroação, de Mozart, sob regência do Maestro Benito Juarez; Cantata 202 de J. S. Bach, com regência do Maestro Francisco Guimarães, e Missa dos Quilombos, de Milton Nascimento; Além do álbum CD Sacros Eliseth Gomes.
Sobre o compositor:
Heitor Villa-Lobos (1887-1959) foi maestro e compositor brasileiro, considerado o expoente máximo da música do modernismo no Brasil. Natural do Rio de Janeiro, Villa-Lobos começou sua vida profissional como instrumentista e, aos 19 anos de idade, compôs as primeiras obras. Compôs as nove Bachianas brasileiras para demonstrar a semelhança de modulações e contracantos do folclore musical brasileiro com a música de Bach. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo. Em 1923, viajou para a Europa e só voltou ao Brasil em 1929. Foi membro da Academia de Belas Artes em Nova Iorque e Comendador da Ordem de Mérito do Brasil. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque, e o de fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Música.
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