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Memorial Vale apresenta Mariana RB e Walter Gam no ciclo de exposição de jovens artistas mineiros 2014 - 2015

A partir do dia 27 de janeiro, Marina RB expõe as gravuras da série “Dupla Dobra” e Walter Gam mostra em “Cinza Fluorescente” um conjunto de aquarelas sobre monumentos. A entrada é franca.

No dia 27 de janeiro, terça-feira, o Memorial Minas Gerais Vale, integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, dá as boas-vindas ao trabalho de dois artistas que integram o Ciclo de exposições de Jovens Artistas Mineiros 2014-2015. Marina RB mostra em “Dupla Dobra”gravuras construídas com restos de tecidos envolvendo questões do corpo e da vestimenta eWalter Gam mostra em “Cinza Fluorescente” um conjunto de aquarelas que trazem prédios modernistas que em suas misturas revelam-se quase como monumentos. Ambas fazem parte da programação da 9ª edição do Verão Arte Contemporânea e permanecem em cartaz até o dia 29 de março. A entrada é franca.

 

A delicada série de aquarelas “Cinza Fluorescente” de Walter Gam aproxima de forma poética as complexas tramas que ligam tempo, história e memória. Envolvido nesta trama, as imagens de antigos prédios, quase monumentos, instauram um jogo de sentidos, sutil e silencioso, criando uma espécie de fresta de onde podemos observar, de forma enviesada, vestígios da modernidade que apontam para seus fracassos.

 

As aquarelas são feitas apenas em duas cores, preto e cinza. O nome “Cinza Fluorescente” sugere uma impossibilidade cromática, mas se refere também à corda bamba entre as utopias e a realidade. Através de uma pesquisa anterior às pinturas foram selecionadas edificações de diversas origens e diferentes países.

 

“Este tom mais baixo tensiona e potencializa a especificidade da aquarela, que assume um modo de representação distante tanto da crueza dos edifícios e de toda racionalidade que eles desprendem, quanto dos atuais modos tecnológicos de produção imagética, dando novos sentidos para as imagens pela técnica”, relata o curador Eduardo de Jesus, que complementa ainda que as construções nas aquarelas de Gam e os indícios da complexa realidade social e política que elas apontam nos convocam a pensar sobre as formas utópicas que habitaram o imaginário típico da modernidade: estar sempre adiante. “A potência fabuladora desse gesto nos serve para, na urgência de um tempo presente inundado de imagens e trocas simbólicas globais, nos indagarmos o que construíremos agora para o nosso futuro: monumentos ou ruínas?” finaliza.

 

Em “Dupla Dobra”, Marina RB nos mostra processos de reproducão típicos da gravura que convocam, por sua vez, diálogos e atravessamentos de questões da história da arte. A exposição dá continuidade ao processo de experimentação com diversos suportes como fotografia e gravura já iniciados por Marina e busca novas possibilidades para a gravura tensionando as passagens entre original e cópia, falso e verdadeiro.

 

Os rebatimentos e as transposições de um suporte para outro caracterizam as imagens da exposição “Dupla Dobra”: da prensagem do tecido à chapa de metal, da chapa para o papel, da dobra do tule para sua captação fotográfica; do corpo humano para a vestimenta, seguido de seu desdobramento na arquitetura. A cada mudança de suporte, distancia-se o original, restando apenas marcas de decalques.

 

“Marina RB em seu trânsito pelo domínio da gravura e da reprodução de dobras constrói passagens entre os procedimentos de impressão e seus sentidos retomando a potência da gravura e de sua tradição na produção artística contemporânea”, conta Eduardo de Jesus.

 

Para Marina, “o trabalho acontece nas próprias transmissões, no que se sucede pelo contato do tecido com a matriz, no entre, no que é inapreensível. O que resta desse contato é o que é possível apresentar visualmente: os tecidos desdobrados,as gravuras que captaram a dobra, colocados em diálogo nas pranchas”.

 

As exposições “Dupla Dobra” e “Cinza Fluorescente” fazem parte do Ciclo de Exposições do Memorial Minas Gerais Vale - 2014-2015, composto por cinco exposições selecionadas pelo Edital para Jovens Artistas. O Ciclo já recebeu “Monumento vidraça monumento ruína” de Daniel Bilac e receberá ainda o trabalho de C.L. Salvaro e Daniella Domingues. Assista no Youtube os vídeos com os artistas que já participaram do Edital do Memorial: https://www.youtube.com/user/memorialvale/

 

Os artistas foram selecionados por uma comissão composta por cinco curadores: Francisca Caporali (diretora do JACA - Jardim Canadá Centro de Artes); Júlia Rebouças (curadora do Inhotim, Minas Gerais); Ronaldo Barbosa – diretor do Museu da Vale, Wagner Tameirão (gerente do Memorial Minas Gerais Vale/MG), além de Eduardo de Jesus (professor da faculdade de comunicação e artes da PUC Minas), que coordena o programa.

 

Sobre Marina RB

Marina RB (Belo Horizonte, 1989) é graduada em Gravura pela Escola de Belas Artes (UFMG, 2011) e mestranda na mesma instituição (2013-).Já realizou residências artísticas e entre as principais exposições destaca-se “Nuova Architettura”, individual no Centro Cultural da UFMG (Belo Horizonte, 2014). No encerramento da exposição a artista apresentou a performance  “Effigies/Figura/Fingere/Effingere”.

 

Entre as coletivas, destaca-se “O estado do real” (Espaço não institucional, Belo Horizonte, 2013), “Memória da casa: de dentro e de fora”. (Espaço Experimental de Arte – EXA, Belo Horizonte, 2012) e “Formandos 2011/1” (Galeria do Centro cultural da UFMG, Belo Horizonte, 2011).Com a artista Hortência Abreu compartilhou “Quem não cuida de si, que é terra,...erra” (Galeria de Arte da Cemig. Belo Horizonte, 2011).

 

Sobre Walter Gam

Walter Gam (Belo Horizonte, 1983) é graduado em Artes Plásticas pela Escola Guignard (2006) com especialização em desenho e fotografia.Participou de exposições coletivas como “Abre Alas”(Galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2012), “Tristes Tropiques”(The Barber Shop &Novo Museo Tropical, Lisboa, 2010) e “Ciutats Intervingudes”(La Capella, Barcelona, 2010), entre outras.Realizou ainda a exposição individual “Pavilhão das Lebres”(Paço das Artes, São Paulo, 2012).Foi finalista do evento de arte pública “Centro Abierto” (Lima, 2010) e em 2009 foi residente no projeto “Idensitat” em Barcelona.

 

Walter Gam publicou os livros de poesia “Ambiente” pela Cosac & Naify (2009) e “Variações de um movimento íntimo”(2003) como resultado do prêmio-publicação concedido pela revista Cult, no ano anterior. Esteve emdiversas outras publicações no Brasil e exterior, como a revista ‘Boulevard Magenta’ (Irish Museum of Modern Art, Dublin, 2010);além das antologias “A poesia andando”(Portugal, 2008) e “Escuela Brasileña de Antropofagia”(México e Chile, 2011-2012).

 

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