Notícias

Belo Horizonte recebe retrospectiva dos 45 anos de carreira do carioca Milton Machado

Após grande sucesso no Rio de Janeiro, a exposição “Cabeça”, de Milton Machado, chega a Belo Horizonte a partir do dia 4 de fevereiro. Elogiada pela crítica – considerada uma das dez melhores exposições de 2014 pelo jornal O Globo -, a mostra faz uma retrospectiva pelos 45 anos de carreira do multiartista. Até o dia 30 de março, belo-horizontinos e turistas poderão conhecer mais de 100 trabalhos inéditos na cidade. A exposição estará em cartaz no 3º andar e no pátio central do Centro Cultural Banco do Brasil, que integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade, e tem acesso gratuito.

 

Milton Machado pertence a uma geração de artistas atuantes a partir dos anos 1970, cujas produções são fortemente marcadas pela investigação conceitual e pela experimentação. Sua produção, iniciada naquela década e continuada ao longo dos anos em paralelo à exploração de outros gêneros e meios, acaba por constituir uma "teoria" do fazer artístico, conjugando a universalidade conceitual e a singularidade do discurso autoral, a dimensão política e a poética. Sua formação multidisciplinar – de arquiteto, com mestrado em planejamento urbano e doutorado em artes visuais, longos anos de dedicação ao estudo e à prática amadora da música, sua atividade de escritor, palestrante e pesquisador – resulta em um trabalho com múltiplas facetas e de grande complexidade.

 

Com um trabalho caracterizado pela organização de elementos em séries, fazendo com que os espaços de exposição tendam a ter o caráter de instalações, o artista exibe em “Cabeça” importantes obras, como a inédita “Paraíso”, um dos destaques da mostra em Belo Horizonte. “Trata-se de uma obra autobiográfica inspirada no ‘Paraíso Perdido’, de John Milton. Um trabalho que já tenho em mente há muito tempo e agora, devido às características espaciais de uma das salas, achei oportuno montá-lo”, afirma Milton Machado.

 

Segundo o artista e curador, a disposição espacial da mostra em Minas marca a grande diferença do que o público pôde conferir no Rio de Janeiro em 2014. “O CCBB BH tem um pé direito mais baixo e salas menores do que a estrutura do Rio, portanto foi necessário repensar a disposição das obras. Como as salas são poligonais, o público terá a sensação de um passeio em um labirinto, com uma surpresa a cada momento”, comenta. “Cabeça” ocupará todo o 3º andar do CCBB, com exceção da escultura “Módulo de Destruição atravessado por Nômade”, que será exibida no pátio central.

 

A exposição

“Cabeça” dará a oportunidade ao público de conhecer – pelos olhos do próprio artista, que assina a curadoria e o projeto expográfico – uma seleção de obras pertencentes a diferentes coleções, agora reunidas.

 

A primeira sala receberá as esculturas “Hi-Fi” e “Pilha”. Na sala 2 serão exibidos vários vídeos, entre eles “Vermelho” – premiado no festival Video Brasil – “Pintura” e “Edifício Galaxie”, produzidos em diversas épocas.

 

A sala 3 será dedicada aos desenhos dos anos 1970 e 1980, desenhos da série “Conspiração Arquitetura” – tais como “Cidade Fictícia Invadida Por um Mar de Ignorância Real, Cidade Real em Chamas” e “Hotel Tropical na Baía de Guanabara” – além de desenhos recentes, produzidos nos últimos três anos. Na sala 4, o destaque são as fotografias, como “Michelangelo com Faróis” e “Two Weddings”, produzidas especialmente para a exposição no CCBB.

 

A Sala 01 reunirá esculturas, pinturas, objetos e desenhos de diferentes épocas. Dentre os destaques, a escultura “Semáforo”, exposta na 19ª Bienal de São Paulo, em 1987. A instalação “21 Formas de Amnésia”, de 1989, um dos trabalhos mais relevantes da produção do artista, ficará na sala 02.

 

A sala 03 receberá “História do Futuro”, trabalho-em-progresso iniciado em 1978, do qual faz parte a escultura “Módulo de Destruição atravessado por Nômade”, com desenhos, fotografias, estudos preliminares, o livro de mesmo título e o vídeo produzido para a 29ª Bienal de São Paulo. A sala 04 abrigará a instalação inédita “Paraíso”.

 

Debate e lançamento do livro “Cabeça”

Além da exposição, o público que prestigiar a abertura, no dia 4 de fevereiro, terá a oportunidade de participar de um bate-papo com o artista e a curadora e professora Renata Marquez. O encontro terá início às 19h, no Teatro do CBB, e será seguido pelo lançamento do livro-catálogo “Cabeça”, que contempla parte significativa da obra de Milton Machado, com imagens de seus principais trabalhos, acompanhadas e comentadas por uma seleção de textos críticos e analíticos, históricos e inéditos.

 

Milton Machado

Carioca, 68 anos, Milton Machado é arquiteto pela FAU / UFRJ (1970), mestre em Planejamento Urbano pelo IPPUR / UFRJ (1985) e doutor em Artes Visuais pelo Goldsmiths College University of London (2000). Realizou 26 exposições individuais, participou de coletivas relevantes, no Brasil e no exterior, tais como o Panorama, no MAM São Paulo (em que recebeu o prêmio de desenho em 1991); as 10ª, 19ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo; a 7ª Bienal do Mercosul; Europalia, em Bruxelas; Imagine Brazil, em Oslo e Lyon, entre dezenas de outras. Tem trabalhos em coleções emblemáticas de arte brasileira e latino-americana, tais como Gilberto Chateaubriand/MAM-RJ, João Sattamini/MAC-Niterói, MALI/Lima-Peru, ESCALA/Colchester-UK e Daros Latinamerica/Zurique-Suíça. Tem textos publicados em livros, revistas, jornais e na internet. É professor associado do Departamento de História e Teoria da Arte e do PPGAV-Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes EBA / UFRJ. Dedica-se ao estudo e à prática amadora da música, é escritor, poeta, palestrante e pesquisador. Milton Machado é representado pela Galeria Nara Roesler.

 

 

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.