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Novo espetáculo do primeiro ato, ‘Passagem’, expressa a influência do olhar no caminhar

Apresentada nas ruas de Belo Horizonte, montagem convida expectador a enxergar sua própria cidade e o seu lugar

“O olhar pode mudar o caminho de alguém, pode aproximar ou afastar, convidar ou afugentar”. Esse olhar é a tônica do novo espetáculo do grupo de dança Primeiro Ato, “Passagem”, que estreia no dia 27 de janeiro (quarta), na Funarte (Rua Januária, 68 - Centro) e foi premiado através do Edital Artes Cênicas na Rua, da Fundação Nacional de Artes. Passagem também será apresentado na Praça Sete (28/01), Praça da Estação (29/01) e ainda na cidade de Ouro Branco (30/01).

Com direção coreográfica da diretora artística do grupo, Suely Machado, e coreografia do bailarino Alex Dias, o espetáculo surgiu de uma reflexão e angústia de Suely sobre o ser humano, o que veio ao encontro de uma pesquisa de Alex em seu curso de formação sobre o caminhar. “Ando muito impressionada com a mudança rápida da raça humana, os novos rumos e a incrível falta de contato entre as pessoas! Elas caminham focadas no seu destino, correm, vão e voltam de algum lugar, sem sequer trocar olhares”, analisa Suely. Assim, Passagem tem como ponto central a influência do olhar no caminhar e convida o público a enxergar a sua própria cidade, o seu lugar. “Sofremos uma cegueira social, não apreciamos o que está à nossa volta. E apreciar é fundamental, como lembra a historiadora Heloísa Starling: ‘Ver é olhar para tomar conhecimento e ter conhecimento. Também significa observar, examinar, instruir-se, informar-se e conhecer’”, aponta a diretora.

Os  bailarinos, também intérpretes e co-criadores, Ana Virgínia Guimarães, Danny Maia, Lucas Resende, Marcella Gozzi, Marcela Rosa, Pablo Ramon, Vanessa Liga e Carlos Antônio terão como cenário as ruas e o público poderá interagir e fazer parte de Passagem. “O olhar dos dançarinos será convidativo. Não haverá marcações, espaços delimitados – esses serão firmados pelo próprio expectador – e essa troca entre eles irá interferir na espacialidade, no ritmo e nos movimentos”, explica Suely. O grupo utiliza a possibilidade das direções que a rua permite, como círculos, perpendiculares, horizontais, e essas direções vão criar os encontros, que são passageiros e não têm permanência. 

O figurino é de Pablo Ramon, a trilha será “As Quatro Estações”, de Vivaldi, e o som será transmitido por uma caixa de som de uma bicicleta, como se ele viesse de alguma pessoa que está passando. 

Foto: Maria Clara Guimarães Cheib

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