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Fernando Righi lança seu décimo livro, com contos que exaltam boêmios e inadaptados.

O jornalista e músico Fernando Righi, lança nesta terça-feira, 2 de fevereiro, a partir das 19h, na Livraria Asa de Papel (Rua Piauí, 631 – Santa Efigênia), “O Monstro do Arrudas & Outras Lamas” (Ed. Ramalhete), apanhado de contos inspirados em estranhos personagens que conheceu em duas décadas de noitadas por BH.

 

Um jornalista ambicioso nos anos 1970, em busca da “verdade” e de um merecido Prêmio Esso; um pedreiro que acredita ter encontrado o sentido de sua existência em outros universos; um zé-ninguém fracassado que assume a identidade de um morto e se torna poeta premiado; ou um colecionador de coisas sem utilidade para ninguém, num mundo tomado pelo egocentrismo e a superficialidade.

 

Neste elenco de perdedores, cuja única virtude é a dignidade (à exceção do conto de amigos que se envolvem num trágico ménage à trois), há sempre uma história oficial ocultando a história real. “Nas mais de duas décadas de exercício do jornalismo é constante a percepção de que uma mesma história possui vários pontos de vista. Uma verdade pode ser uma mentira bem contada, não é?”, brinca o autor.

 

“A maioria dos contos, no entanto, é divertida, mesmo nos momentos de reflexão mais profunda. Afinal de contas, uma das possibilidades mais generosas da literatura é a ironia. Outra é permitir contar histórias de pessoas reais, sem que os personagens (e nem mesmo o autor), percebam. É o delicioso verniz ficcional”, completou.

 

O Monstro do Arrudas foi escrito simultaneamente com “Diário de Um Fantasma”, também da Editora Ramalhete, lançado em novembro passado, quando revelou-se o cotidiano de Rinaldo Di Rovito, um jovem roqueiro que amadurece sua percepção de mundo, nos agitados anos de 1984/85, época da abertura democrática no Brasil.

 

O Monstro do Arrudas é o décimo livro da carreira de Fernando Righi, que estreou na poesia com “Estrelas nos Olhos, Vaga-lumes na Cabeça” (2005), “Cinco Impressões de meu Tempo” (2008), “Bestiário Mínimo & Outras Poesofias” (2009), o “Livro Verde” (2010), “A Longa Noite dos Desamparos” (2011), “O Mundo como Vontade de Chupar Laranjas” (2014) e Sossegados (2015).

 

O autor publicou ainda (2014) “Construindo Beethoven peça a Peça”, um compêndio que analisa os diversos aspectos históricos e filosóficos que motivaram a criação das principais obras do compositor alemão.

 

O autor Nascido em 1964, Fernando Righi Marco escolheu o discreto contrabaixo como instrumento de ofício nas dezenas de bandas em que atua desde a década de 1980, época em que também se iniciou no jornalismo. Acostumado com as exigências dos compassos musicais e dos deadlines da redação, o poeta ainda se angustia com a eternidade e seu conceito de ausência de tempo.

Na época do lançamento de “Cinco Impressões de Meu Tempo”, registrava o saudoso crítico Alécio Cunha: “O ofício da poesia ganha o esmalte da crônica, não a frágil e iluminada substância vítrea, mas algo fluido (...) que navega no sangue”.

 

Já no epifânico “O Mundo como vontade de Chupar Laranjas”, cujo título parodia “O Mundo como Vontade de Representação”, de Schopenhauer, decretou o artista plástico e também escritor Marcelo Xavier: “Fernando Righi repete Magritte e sinaliza: não há mundo, não há vontade de chupar laranjas, não há laranjas. Há poesia”.

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