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5ª Edição do Simbio será apresentada no Espaço Mari'Stella Tristão
Aruan Mattos e Flavia Regaldo, Barulhista, Cássia Macieira, João Castilho, Shima e Warley Desali, mostram resultado de simbiose artística entre os dias 26 de janeiro e 21 de fevereiro.
Neste ano acontece a 5ª edição do Simbio, entre os dias 26 de janeiro e 21 de fevereiro em um dos principais espaços culturais de Belo Horizonte, o Espaço Mari'Stella Tristão, no Palácio das Artes. O evento propõe, sobretudo, a abordagem de temas contemporâneos com a arte colaborativa, simbiose artística e a capacitação constante de público e profissionais de Arte Contemporânea. A entrada é franca. O Simbio é apresentado pelo Governo de Minas Gerais, Fundação Municipal de Cultura, Oi e Hotel Max Savassi.
A abertura do Simbio acontece no dia 26 de janeiro, terça-feira, às 19h também no Espaço Mari'Stella Tristão. Na ocasião será apresentada a performance “Bacana dentro, malandro fora”. Realizada coletivamente pelos artistas Warley Desali, Affonso Uchôa e Edinho Vieira, a performance consiste na faceta mais física e direta do trabalho “Izidoro, presente”, que será apresentado por Desali nesta edição do evento. Aproximadamente trinta moradores das ocupações irão construir com as próprias mãos um barraco de lona no interior da galeria.
Nesta edição foram convidados os artistas plásticos Aruan Mattos e Flavia Regaldo, ganhadores de diversos prêmios e com extensa participação em Residências Artísticas dentro e fora do Brasil; Barulhista, artista sonoro e compositor de trilhas sonoras com trabalhos realizados em companhias teatrais e de dança de destaque em Minas e SP; a bonequeira Cássia Macieira, que tem um de seus bonecos estampado na capa do disco “Paradeiro” de Arnaldo Antunes; o renomado fotógrafo João Castilho, que trabalha também com vídeo, escultura e instalação; o performer e artista plástico Shima; e o grafiteiro Warley Desali.
“Nestas cinco edições, podemos afirmar que o Simbio é reconhecido pelo seu importante papel ao criar um diálogo multimídia entre os artistas e o público. O evento prima pela busca de artistas que despontam no cenário mineiro e que apresentam potencial para dialogar com outras artes, saindo assim do lugar comum” define Jeff Santos, Diretor artístico e idealizador do Simbio.
Em De Passagem os artistas Aruan Mattos e Flavia Regaldo partem de negociações com o Palácio das Artes e o Parque Municipal de Belo Horizonte para conseguirem a permissão para instalar uma ponte entre as duas instituições. “O projeto é quase um símbolo das várias coisas que precisarão ser rompidas para conseguirmos ligar estes dois ambientes: o ambiente da arte ao ambiente do lazer” relata o casal.
Na programação, Barulhista apresenta Musicorama, com a colaboração de Daniel Herthel, artista visual, cenógrafo e animador e Chico de Paula, poeta, músico e artista audiovisual. Trata-se de um objeto sonoro projetado para crianças (incluindo as de maior idade) em formato de pinball, onde o jogador manipula sons e efeitos durante a partida através do trajeto das esferas em determinadas regiões do jogo. Esses sons seguem uma escala harmônica e timbrística específica, produzindo uma música aleatória. O artista considera o projeto um desafio, pois além de ter que ser “brincável”, o objeto tem que ser também funcional. “Meu maior desafio é controlar esse descontrole. Sonoramente eu pego um instrumento e sai som, mas no Musicorama existe uma preocupação funcional grande. É preciso construir uma maquina que é ‘brincável’, mas que ao mesmo funcione”, comenta Barulhista.
A bonequeira Cássia Macieira traz o projeto Resiste Isidoro: convívio. Trata-se de um vídeo que registra o convívio na Ocupação Resiste Isidoro, em 2015. A obra coletiva vislumbra o empoderamento do cidadão comum, com gestos; como bordar e costurar ressignificando o ato criativo, na tentativa do asseguramento ao pertencimento, apropriação da vida social, troca de afeto e de saberes, entre moradores e visitantes. “Inicialmente pensei que o maior desafio seria construir uma rede de contato entre as pessoas do movimento de ocupação popular do Isidoro, mas ela já existe então o principal passou a ser instaurar todas as questões que levantamos no próprio vídeo”, desabafa Cássia.
O renomado fotógrafo João Castilho convida os artistas Christina Fornaciari e Genin para a realização da obra Impasse. A apresentação compreende um grupo de trabalhos que mostram situações em que nenhum progresso é possível. Trabalhando com diversos meios e materiais, o artista nos apresenta um desacordo, um impasse. Tentando criar obras que rebatam criticamente a conjuntura geopolítica global, das suas nuances até seus maiores movimentos, os trabalhos têm um forte caráter indicial, em grande parte nascido de uma relação de conexão física com o mundo, tornando as obras a um só tempo literais e alegóricas, em suma, reflexivas. “O Simbio veio em ótima hora, pois quero novos desafios. Estou trabalhando com materiais quase todos inéditos para mim, escultura, corda, cimento, argila, baixo relevo e performance”, diz João.
O performer Shima apresenta Entre, um projeto cinematográfico que tem como tema a preposição "entre" (no meio de, no intervalo de), propondo parâmetros de existência das coisas. Sendo assim, a obra iniciou-se no dia do convite para integrar o SIMBIO, e todo o processo vem sendo registrado e exposto nas redes sociais. “Será um trabalho de anular a minha presença enquanto protagonista, já que estou habituado a trabalhar com performances e instalações”, pondera o artista.
O tema ocupações públicas também aparece no trabalho do artista plástico Warley Desali. “Izidoro, presente”, criará uma “ambiência de ocupação” dentro do Espaço Mari'Stella Tristão, trazendo um pouco da vida das ocupações do Izidoro pra dentro do Palácio das Artes. Através da relação entre vídeo e fotos, e ainda a participação da própria comunidade construindo o barraco de lona, é que se cria o ambiente que permitirá ao público experimentar um pouco da vida e da vibração de luta cotidiana das comunidades das ocupações. “Vamos ficar um mês em Izidoro, em Vitória, trabalhando coletivamente com adolescentes e figuras que atuam dentro da música e do vídeo. Vamos fazer um processo de imersão para a realização desta obra”, afirma Warley.
Foto: Guille Suárez
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