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A arte do muralista Paulo Werneck segue em Belo Horizonte
Mostra com curadoria de Claudia Saldanha reúne no Museu de Arte da Pampulha diversas obras do autor dos painéis da Igreja São Francisco de Assis
Segue até o dia 1º de março, no Museu de Arte da Pampulha, uma exposição com obras de um dos principais muralistas brasileiros: o ilustrador e artista carioca Paulo Werneck (1907 – 1987). A mostra “Paulo Werneck - muralista brasileiro” traz desenhos originais, imagens de painéis, filmes, documentos e mobiliário do artista, que colaborou com grandes nomes da arquitetura brasileira, como Oscar Niemeyer e os irmãos Roberto. A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 18h30. A entrada é gratuita. A mostra foi contemplada pelo Programa Petrobras Cultural 2013.
Depois de passar por Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife, a vinda da exposição “Paulo Werneck - muralista brasileiro” a Belo Horizonte tem um significado especial, já que entre as obras de maior de destaque da carreira de Paulo Werneck (1907-1987) estão os painéis da Igreja São Francisco de Assis e o painel da casa de Juscelino Kubitschek, hoje Casa Kubitschek, na Pampulha, realizadas em 1943.
A edição mineira da exposição é a mostra mais completa já realizada sobre o trabalho de Paulo Werneck no Brasil, criando um panorama da evolução da arquitetura moderna no país através dos murais criados pelo artista. Além dos famosos painéis da Pampulha, são obras de Werneck os painéis do Estádio do Maracanã, do Ministério da Fazenda (Rio de Janeiro), do Senado e do Palácio do Itamaraty (Brasília), e da agência do Banco do Brasil no Recife Antigo (Recife), entre outros 300 murais para residências, prédios públicos e comerciais. Seus trabalhos estão expostos a céu aberto, permeando o espaço público de várias cidades brasileiras.
Na mostra, os visitantes poderão conferir um total de 150 projetos para painéis em guache sobre papel, documentos, reproduções fotográficas e ilustrações do artista para livros infanto-juvenis, como "A Lenda da Carnaubeira" e "Negrinho do Pastoreio". O documentário Paulo Werneck – arte e raiz, dirigido por Paula Saldanha e o vídeo P.W. Pincéis e painéis, de Vivian Ostrovsky, completam a imersão no universo do artista.
O artista Paulo Werneck
Nascido em Laranjeiras, Rio de Janeiro, em 1907, Paulo Werneck frequentou o Colégio Santo Antônio Maria Zacarias, no Catete, onde conheceu os amigos Marcelo Roberto e Oscar Niemeyer, nos idos de 1914. Exímio desenhista, em 1927 iniciou a carreira com a publicação de ilustrações na revista A Época e tornou-se ilustrador de diversas revistas e jornais do período.
Em 1942, a convite dos arquitetos Marcelo e Milton Roberto (do escritório MMM Roberto), Werneck criou o primeiro projeto em mosaico cerâmico: sete painéis para o terraço do Instituto Resseguros do Brasil. Dois anos mais tarde, em 1944, a convite de Oscar Niemeyer, amigo dos tempos de escola e companheiro de militância política, realizou os painéis laterais da Igreja São Francisco de Assis e o painel da Casa de Juscelino Kubitschek, hoje Museu JK, na Pampulha.
Para atender à grande demanda de trabalho, Werneck treinava e contratava assistentes em cada cidade onde erguia suas obras. Buscando alternativas que tornassem mais rápida a execução dos painéis, desenvolveu a aplicação de novos materiais, como a resina e a fórmica. A madeira, o vidro e o cimento também eram alternativas ao mosaico cerâmico e vitrificado.
Seu ateliê (um abrigo antiaéreo no subsolo de um prédio em Laranjeiras, construído em 1945, durante o curto espaço de tempo em que foram obrigatórios tais abrigos em edifícios familiares) era ponto de encontro de artistas filiados ao Partido Comunista Brasileiro. Ali, Cândido Portinari, Carlos Scliar, Glauco Rodrigues, Israel Pedrosa e Oscar Niemeyer, entre outros, participavam de reuniões em que se discutiam a arte, a arquitetura e a política nacional e internacional.
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