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Baianas Ozadas lança tema e camisa do carnaval

Blocos afro de Salvador ganham homenagem no carnaval de rua da capital mineira

Com os ensaios a pleno vapor para preparação da festa momesca, o Bloco Baianas Ozadas realiza no próximo sábado (17/01) a Festa de Lançamento do Tema e Camisa Oficial do Carnaval 2015. Com show da banda do bloco, discotecagem dos dois vocalistas, Geo e Heleno Augusto, a festa acontece a partir das 17 horas no NECUP, com desfile de apresentação da nova camisa e surpresas.

 

Após celebrar ano passado o centenário do compositor e cantor baiano Dorival Caymmi e, em 2013, os cinqüenta anos de Luiz Caldas, o Baianas Ozadas rende homenagens aos 40 carnavais dos blocos afro de Salvador com o tema “Sou a Cor da Bahia”. No repertório, o Baianas fará músicas dos blocos Ilê Aiyê - considerado o precursor desse novo momento de reafricanização do carnaval baiano a partir de 1975 -, Olodum, Timbalada, Muzenza do Reggae, Malê Debalê e os afoxé Filhos de Gandhy e Badauê, além das canções que o bloco já toca do repertório do que eles nomeiam de Axé Vintage, sucessos baianos dentre as décadas de 1970 e 1990.

 

Homenagem de 2015: 40 carnavais dos blocos afrobaianos

Como bem diz o antropólogo e poeta baiano Antonio Risério no livro “Carnaval Ijexá”, o carnaval soteropolitano foi acometido por um processo de reafricanização nos meados dos anos 1970 com o surgimento do Ilê Aiyê. O bloco, formado majoritariamente por moradores do bairro da Liberdade – onde a população é predominantemente negra – surge no momento em que os negros baianos redescobrem e recriam suas negritudes em plena década do Black Panther sob a influência da soul music de James Brown e a influência dos orixás. Sim, o Ilê Aiyê – que na tradução do yorubá significa “nosso mundo” – surgiu sob a benção da ialorixá Mãe Hilda, mãe do fundador e presidente do bloco, Antônio Carlos, mais conhecido como Vovô do Ilê.

 

Com o surgimento do Ilê a partir de novembro de 1974 para brincar o carnaval do ano seguinte, novos blocos surgiram, como o Olodum e Malê Debalê (1979),  Muzenza do Reggae, e até o ressurgimento do Filhos de Ghandy. Com os blocos afros, o carnaval soteropolitano passou a viver um novo momento de mais democracia, com a ocupação do espaço público pela população negra, entoando cores, toques e cânticos das tradições africanas, exibindo cabelos trançados, contas e os toques oriundos dos terreiros de candomblé. Nessa nova estética, os blocos afros exibem desde então suas canções de cunho político de combate ao racismo, sustentadas pelos ritmos dos tambores que entoam o novo ritmo, o samba-reggae, e diversas levadas a partir do samba, cada qual à sua maneira.

 

O tema do Baianas Ozadas para 2015, “Sou a cor da Bahia”, foi retirado da canção “Alegria da Cidade”, composta pelo poeta Jorge Portugal e Lazzo Matumbi, cantor da primeira formação do Ilê Aiyê.

 

Até o dia 7 de fevereiro, os Ensaios Gerais com a bateria acontecem aos sábado no Largo da Saideira (av. Cristiano Machado, 3.450, União), das 10 às 13h.

 

Sobre o Baianas Ozadas

Fez a sua estreia no Carnaval de Rua de Belo Horizonte de 2012. Criado por um grupo de baianos residentes na capital mineira, o projeto resgata as músicas que animaram a folia na Bahia, e em todo o país, nas décadas de 70, 80 e 90. Além do chamado “axé vintage”, o repertório contempla os diferentes ritmos. Desde o samba-reggae dos blocos afros até o pagode baiano de grupos como É o Tchan e Terra Samba. Luiz Caldas, Caetano Veloso, Ticoãs, Carlinhos Brown, entre outros, também são lembrados.

 

O bloco conta com alguns profissionais, que formam também a banda do bloco, e uma maioria de não profissionais. Todos vestidos a caráter: com saias rodadas, turbantes e ostentando as cores do bloco: branco, vermelho e amarelo. O cortejo se afirma pela ousadia de uma composição visual divertida e arrojada, em contraste com a musicalidade de tradição afrobaiana.

 

No primeiro ano, em 2012, o Baianas era apenas uma ala formada por sete pessoas, que saiu no carnaval de rua da capital de forma “invasora” em outros blocos da cidade. No ano seguinte, tornou-se um bloco e, desde então, elege um tema para o carnaval. Em 2013, com “Haja amor pra foliar” celebrou os 50 anos de vida de Luiz Caldas, pai da axé music, arrastando mais de 10 mil pessoas na segunda-feira de carnaval. No último ano, o Baianas reuniu cerca de 30 mil pessoas para homenagear o Dorival Caymmi com “Acontece que eu sou baianas”.

 

As atividades do Baianas não se limitam aos dias de carnaval. Ao longo do ano o bloco realiza oficinas e workshops com as pessoas interessadas em compor a bateria, que esse ano já conta com mais de 200 integrantes, além das apresentações da banda-show, formada pelos dois vocalistas, o regente e músicos profissionais que têm se apresentado em diversos palcos.  

 

A banda do Baianas

Formada a partir do bloco, a banda-show apresenta uma versão reduzida do que se vê no carnaval e já dividiu palco com nomes como Fabiana Cozza (SP), Peu Meurray (BA), Marcelo Jeneci (SP), Alice Caymmi (RJ), Aline Calixto, Guto Borges (Dead Lover´s), Janaína Moreno, entre outros. Somados aos dois vocalistas cerca de 10 percussionistas levam para diferentes palcos a sonoridade do grupo, que conta ainda com um guitarrista. A regência ao vivo é responsável pelos arranjos improvisados que contribuem com a animação e encantam a plateia.

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