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Mostra "Faces coloridas da África: corpo e movimento" de janeiro a fevereiro
De janeiro até o final de fevereiro, o Centro de Documentação e Memória (CDM) do Coren-MG recebe a exposição “Faces coloridas da África: corpo e movimento”. As obras são resultantes do programa Arte da Saúde da Regional Norte de Belo Horizonte, trazidas pela Arte Educadora Rosana Elaine dos Santos, juntamente com crianças e adolescentes envolvidas no programa.
O Arte da Saúde é uma realização da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e atende a crianças e adolescentes em situação de risco social ou diagnosticados como portadores de sofrimento mental. O programa se baseia no fortalecimento e no resgate da capacidade expressiva de crianças e adolescentes, visando sua inclusão na vida social da cidade e de suas comunidades. As atividades são realizadas em espaços públicos, como centros culturais e associações de bairro, onde são oferecidas oficinas de artesanato, música, teatro e circo.
Parte das obras que estão no Coren-MG podem ser vistas também na Fachada Digital de 18 de dezembro a 18 de janeiro de 2015 do Espaço do Conhecimento UFMG, que exibirá imagens feitas nas oficinas realizadas no museu com o Programa “Arte da Saúde” no circuito cultural da Praça da Liberdade, do qual participam crianças e adolescentes de quatro regionais de Belo Horizonte e Região Metropolitana. Os trabalhos desenvolvidos incluem ilustrações, colagens, bordados, bonecos articulados e outras peças artesanais.
De acordo com Débora d’Ávila Reis, coordenadora de Ações Educativas do Espaço do Conhecimento UFMG, “a atividade faz parte de um projeto maior, intitulado ‘Ciência e Arte para Inclusão Social’, financiado pelo CNPq, pela FAPEMIG, pela CAPES e pela PROEX-UFMG”.
A professora Mestre em Educação e Formação Humana, Rita Teixeira, também comentou os trabalhos da Arte Educadora Rosana, que culminou nesta exposição:
Desde a pré-história, o homem se utiliza da expressão artística para registrar sua trajetória histórica, o que fez da Arte o elo que une passado e presente.
O trabalho aqui exposto é o resultado da vivência de Rô dos Santos como artista plástica e a experiência no cotidiano, como oficineira para crianças e adolescentes beneficiados por programas sociais, como o Programa da Saúde Regional Norte, simultaneamente ao trabalho artístico realizado em pintura, modelagem, colagem, foi desenvolvido um trabalho de resgate da cidadania desses sujeitos.
A temática escolhida foi a representação do corpo humano tendo como eixo as relações étnico raciais, com ênfase nas questões ligadas à estética e à ética. Assim, Rô dos Santos começou a desenvolver as primeiras reflexões sobre o tema a partir do contato com a arte folclórica do tanzaniano Edward Saidi Tingatinga (1932-1972).
A imagem corporal é constituída de uma multiplicidade de códigos capaz de estimular o potencial criativo e crítico do ser humano, de requalificar valores e de criar novas formas de vida e de realidades. Com esse intuito, as atividades propostas nas oficinas tinham o formato de dinâmicas de grupos nas quais eram inseridas questões interpessoais e relacionais do desenvolvimento humano. Partindo da apreciação de obras de Tingatinga e na experiência na produção criativa, com foco nas relações étnico raciais, buscou-se construir o conceito de corporeidade articulando-o a diversas formas do corpo humano.
Acredito que o potencial humanizador da arte pode contribuir para a promoção de sujeitos mais críticos, questionadores e transformadores da realidade social na qual estão inseridos. É isto que aqui expomos: o corpo, o movimento, as formas, as cores, a diversidade.
Os trabalhos apresentados pela artista plástica Rosana e as crianças e adolescentes que frequentam o programa nos fazem refletir sobre como as manifestações estéticas realizadas a partir de percepções, emoções e ideias podem transformar realidades e humanizar a existência.
As cores, os movimentos, as construções, os traços e as vibrações presentes nas representações do corpo dão visibilidade a esses sujeitos e os revelam na medida em que eles constroem o conceito de corporeidade: o corpo vivenciado.
A experiência corporal, então, é decodificada e expressa em linguagens visuais que contam histórias de vida desfiadas no cenário social onde a desigualdade transforma o ser humano em sombra de si mesmo. Forma, cor e movimento se entrelaçam e tecem um novo pano de fundo sobre o qual as personagens ganham destaque e tecem novas histórias
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